Embora a honestidade deva ser sempre priorizada, algumas verdades são devastadoras demais para serem ditas num início de relacionamento. Por outro lado, o peso de um segredo pode nos forçar a conviver com o lado sombrio da desonestidade passando a temer as consequências caso a verdade venha à tona.
A questão é: omitir ou falar a verdade. Como reagir quando no primeiro encontro surge a inevitável pergunta: ”Fale-me de seus relacionamentos anteriores.”
Asseguro que é uma pergunta perigosa. A mentira não constitui uma boa base para um relacionamento saudável. Em contrapartida, a verdade pode ser um “balde de água fria” e o começo do fim, afinal estão se conhecendo e não existe nenhum tipo de vínculo.
O que você conta sobre o seu passado à pessoa com quem está começando um relacionamento? Como especialista em relacionamentos tenho feito esta pergunta nas entrevistas pessoais. As respostas variam e, muitas delas, são surpreendentes. Tem gente que conta vantagens detalhando relações maravilhosas com o intuito de causar ciúmes e insegurança no novo parceiro, ou mentem relatando sucessos que jamais aconteceram apenas para se autopromover e mostrar-se desejável. Raramente alguém revela que teve um número reduzido de namoros que não prosperaram. Isto seria sinal de que não é uma pessoa atraente. Na outra ponta estão as pessoas que tiveram dezenas ou até centenas de envolvimentos, inclusive sexuais e que descaradamente dizem: “você é a terceira pessoa com quem estou me envolvendo…”
Esta afirmação mentirosa pode levar ao abandono da camisinha já no início do relacionamento. É aí que mora o perigo: quem vê cara, não vê coração e nem AIDS e outras doenças sexualmente transmissíveis.
Cada um entra no relacionamento com a sua bagagem: historia de vida, sucessos, insucessos, e, também com os seus assuntos íntimos e, não é qualquer pessoa que está preparado ou merece ouvi-los.
Todos têm um passado. O que conta é saber o que a pessoa aprendeu com as experiências anteriores. A verdade deve prevalecer sempre, é preciso encontrar o momento e as palavras certas para contar algo que não deve ser omitido. Afinal, o valor de uma pessoa não se mede pelo número de parceiros, mas pela qualidade do relacionamento estabelecido.
Mais importante do que o par amoroso compreender e apoiar a sua história é você aceitar o seu passado.
Como proceder:
– Fale abertamente: é muito importante compartilhar regularmente nossos pensamentos e sentimentos mutuamente. Isto nos ajudará a sermos mais compreensivos. Nos dará a habilidade de conhecer melhor um ao outro e de responder da melhor forma possível.
– Comunique-se honestamente: a mentira não leva a nada. Devemos ser honestos em tudo que dizemos e fazemos. Só assim é possível existir confiança mútua e apostar na aproximação.
– Critique de forma construtiva: não aponte os defeitos de forma cruel. Uma crítica verdadeira e amorosa tem como objetivo mostrar que a pessoa se importa com ela.
– Seja paciente: todos nós temos algum tipo de deficiência no nosso caráter. Somos seres imperfeitos. Que tal trocar a crítica e o julgamento pela humildade e tolerância?
– Respeitem-se: só conseguimos estar bem se nos sentirmos aceitos e queridos pelo outro. E esta aceitação se mantém à medida que continuamos honrando um ao outro.
– Compartilhem os problemas: todos nós em algum momento precisamos de algum tipo de ajuda. É muito bom poder ter com quem contar. A ajuda mútua fortalece o vínculo.
– Não permita grosserias: Se o seu passado causar comentários desrespeitosos, palavras ásperas ou falta de consideração, o melhor a fazer é repensar o relacionamento.