Tenho notado que depois do nascimento do nosso filho, hoje com 3 anos, meu marido foi gradativamente esfriando. Ultimamente, mesmo eu tomando iniciativas mil, como beijos e carícias, ele se esquiva sempre com uma desculpa. Ora dor de ouvido, ora estresse, ora dor nas costas… Não sei mais como proceder porque todas as vezes que tento falar sobre o assunto, sobre minhas expectativas, ele diz que estou cobrando dele o que no momento não pode me dar. Acaba ficando chateado comigo, se distanciando ainda mais. Ele nunca sai sozinho e diz não ter interesses externos. Diz que se sente atraído por mim e que me ama. É bem verdade que ele está trabalhando muito e estudando para um concurso. O que devo fazer?
Muitos homens estão vivendo uma séria crise de identidade. Eles se descobrem com medo, com depressão, infelizes, vulneráveis e com uma grande dificuldade de lidar com as suas emoções. Sofrem porque estão em dúvida com relação ao papel masculino e dizem não saber mais como lidar com as mulheres. Foram educados para vencer na vida, casar, ter filhos e ser os provedores. Acreditam que só serão respeitados e valorizados se tiverem dinheiro, prestígio e sucesso profissional. E é justamente esta ânsia que os faz se dedicar bem menos do que gostariam à família. Na cabeça deles o mais importante é não deixar faltar o suprimento material, o restante passa a ser secundário.
Em geral os homens não suportam ter que discutir a relação conjugal. O nascimento de um filho sempre balança a estrutura emocional masculina. Pesam as responsabilidades e ele se preocupa com o bem estar e com o futuro familiar. É perfeitamente normal trabalhar mais, buscar especialização e crescimento. O próprio relacionamento conjugal acaba mudando. Cada um tem uma reação diferente. E, muitas vezes nesta hora, apesar de todo esforço e sacrifício que está fazendo, se sente cobrado por aquilo, que no momento, nem sempre tem para oferecer: tempo, disposição para o sexo e atenção.
Negociamos quase tudo, o tempo inteiro. Da mesma forma é preciso negociar as relações humanas e afetivas. Nesta negociação não pode faltar: uma grande dose de paciência, compreensão, afeto, diálogo, sinceridade, transparência, bom senso, concessão e principalmente o amor. Quando não se consegue dizer com palavras, mostra-se com gestos e atitudes. Ou simplesmente com um olhar, um sorriso…
Redirecionar o pensamento e canalizar a energia para o filho, cuidar do corpo e da mente e dar um novo rumo ao seu dia-a-dia poderá deixá-la emocionalmente mais robusta. É preciso compreender que com o passar do tempo e, diante de novas situações é perfeitamente normal que todo aquele fogo e paixão do início do relacionamento ceda espaço para algo mais silencioso e tranqüilo.
Encontrar a forma ideal de se relacionar, questionando os velhos padrões de comportamento pode ser um grande passo para administrar os conflitos e ser mais feliz!