Esse título faz lembrar uma música antiga que diz: “Quem eu quero não me quer. Quem me quer mandei embora. E por isso já não sei o que será de mim agora…”
Sempre fico me perguntando por que será que tanta gente insiste em querer continuar num relacionamento falido e doentio. Falido porque é agonizante. Doentio porque a pessoa não quer ou não consegue se desapegar. Muitas vezes já nem é mais amor e sim doença. Um vício. Vivem brigando, não se entendem, quase nem conversam mais, cada um faz seus próprios programas. E o sexo? Ah, de vez em quando.
Sofrimento, frustração, lágrimas e muitas caixas de lenço de papel. Nesta hora, o outro é sempre crucificado. Tem mil defeitos, problemas, foi injusto, irá se arrepender. É um misto de raiva, sentimento de rejeição, desprezo e insegurança.
Quando rompe-se o vínculo é sempre muito difícil e doloroso, principalmente para aquele que não tomou a iniciativa de perceber que terminou. A pessoa mal resolvida tende a projetar seus próprios defeitos no outro. Este perfil tem dificuldade para assumir seus próprios erros e dizer: “nós erramos”.
Quando um dos parceiros não consegue elaborar a perda e não se conforma com a separação, a tendência é tentar uma reconciliação. O relacionamento era caótico, mas ainda assim é mais fácil tentar com alguém que já conhece do que começar tudo outra vez.
Em nome do medo da perda e da ansiedade, as pessoas fazem loucuras para ter o seu amor de volta aos seus braços por algumas horas ou por uma noite. Por amor? Nem sempre. Atração? Nem é tão atraente assim. Vício? Pode ser. Todo vício é prejudicial porque aprisiona o indivíduo, enquanto que o amor liberta. Quem é viciado em alguém sabe que pode sofrer, mas insiste na recaída. O “viciado afetivo” é incapaz de sair de um relacionamento afetivo ruim e destrutivo. O rompimento acontece mas acaba voltando por não conseguir ficar sem o parceiro(a).
Raul, 42 anos, arquiteto e Sandra, 41 anos, arquiteta tiveram um relacionamento de 4 anos. Durante este período ele pagava todas as contas dela mesmo ela ganhando tanto quanto ele. Ele sempre achou que agindo desta forma, ela não o deixaria. Quando ela rompeu a relação ele entrou em pânico e chegou a pedir aos prantos, de joelhos, que não o deixasse. Nos três meses seguintes chegou a perder a própria dignidade e seu amor próprio porque passou a mendigar o amor da amada. A família e os amigos o incentivaram a buscar ajuda terapêutica, porque já não sabiam mais como lidar com a sua fragilidade emocional.
Cada pessoa é única e por este motivo a causa de seu problema é também singular. Muitas vezes, é preciso abrir a “caixa preta” da mente e descobrir se a origem da dependência afetiva vem da infância, nascimento, útero materno ou muito mais atrás. Assim, quem tem pai ou mãe autoritário, controlador ou possessivo, tende a reproduzir no nível da inconsciência esse modelo de relacionamento, buscando parceiro(a) com perfil semelhante ao do pai ou da mãe. Por esta razão, muitos homens e mulheres acabam reproduzindo uma espécie de relação parasitária nos seus relacionamentos amorosos.
Só o tempo é capaz de minimizar as dores da rejeição e do abandono. É preciso encontrar forças para não reincidir num amor que faz mal à saúde. É hora de respeitar a decisão do retirante e cuidar das feridas. Logo sentirá uma inebriante sensação de cura. Nem precisava dele tanto assim. Nem era tão interessante. Por que ficar insistindo em querer quem não o quer se a vida é feita de infinitas possibilidades. E a felicidade é uma delas. Pensando bem, muitas vezes ela pode estar até bem próxima, justamente em: “quem me quer mandei embora…”
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