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“Amar é um não sei quê, que vem não sei de onde; nasce não sei como;contenta-se não sei com quê; sente-se não sei quando e mata não sei por quê” Ovídio

O que é o amor? Como surge? Apaixonar-se é um comportamento inato ou adquirido? É normal apaixonar-se? O amor é mera ilusão? Pode-se explicar fisiologicamente a flechada? Todos os especialistas tentam encontrar uma definição exata e irrefutável para esse sentimento que pode fazer correr rios de lágrimas.

Acontece que o amor é nebuloso. Tratar dele não é tão simples como parece. A palavra amor refere-se a diversos aspectos: amor aos filhos, aos pais, a natureza, aos animais, religiosos, amor aos objetos… Mas, geralmente, quando falamos de amor ou do amor, estamos nos referindo àquele que pode existir entre um casal.

O ser humano não gosta de sofrer, muito pelo contrário. O que lhe interessa é satisfazer seus desejos. Mas, para atingir a realização sentimental, muitas vezes, terá que lidar com o sofrimento porque rejeição, desamor e desilusão só conhece quem encara a paixão e o amor.

Mas, se pode ser sinônimo de dor, por que então a paixão e o amor atraem tanto?

A paixão não é buscar a felicidade do outro, não é amar o outro. É amar a si mesmo!

Paixão não é amor; é masoquismo e narcisismo. A paixão exerce um grande poder de atração porque são séculos de influência cultural que pesam no inconsciente. O ser humano ama, se enamora, se apaixona e sofre. Só consegue amenizar o sofrimento quem consegue compreender que o relacionamento mais duradouro que ele deve ter é o relacionamento consigo mesmo. Todos os outros vêm e vão. Mesmo os casamentos que duram “até que a morte nos separe”, acabam um dia.

A paixão pode transformar-se em amor duradouro. Geralmente, acontece com quem está bem resolvido com a sua auto-estima, consciente de que é preciso estar em equilíbrio, caso contrário estará sempre procurando alguém que o complete.

Quem espera que a outra pessoa conserte a sua vida e seja a sua melhor metade, está preparando um fracasso.

Sempre houve e haverá obstáculos e circunstâncias externas provocando separações: discriminação, traição, diferença de faixa etária, família, doenças, morte, falta de compatibilidade, questões da vida profissional, etc. Coisas da vida.

Quando a paixão acaba é preciso conformar-se, por mais dolorido que seja. Pode não ser o melhor momento, mas é bom tentar compreender porque não deu certo.

Olhar para dentro de si mesmo e com maturidade tentar reconhecer as próprias falhas, sem querer apenas culpar o outro. Nada de ficar se martirizando, afinal, em breve outra ou outras paixões acontecerão. Ninguém vai querer fechar o coração porque uma paixão fracassou. Mas, e o medo de quebrar a cara novamente? O medo é inerente do ser humano. Medo de não ser correspondido. De ser trocado. De vir a ter e perder. Todos sabemos que a paixão é o tempero da vida e também a fase inicial do amor. Quem quer ser feliz no amor precisa enfrentar o medo com determinação e coragem. Quando o medo se atenua a paixão avassaladora cederá espaço ao encantamento e a admiração que são os alicerces do amor.

Os apaixonados se encontram, se conhecem, descobrem defeitos e qualidades. Todos que conseguem ver e aceitar que a perfeição não existe estão aptos para a felicidade amorosa. Ser feliz no amor é o que todos anseiam, mas são raras as pessoas que são bem sucedidas no amor. Um dos segredos é primeiro aprender a ficar bem sozinho. Ficar tão bem que nem precisaria de um relacionamento para ser feliz. Quem aprende a se amar estará aprendendo a amar o outro. É preciso apostar no auto-conhecimento e se desenvolver emocionalmente, para perceber a chegada de um novo amor. Quando estamos prontos o parceiro ideal acaba se mostrando diante de nossos olhos. Para tudo na vida existe o momento e a hora certa. Quem sabe faz a hora, não espera acontecer…

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