A preocupação de chegar aos 30 e ainda não ter encontrado um par para se casar ainda atormenta algumas pessoas. Outras optam por priorizar a vida profissional mais do que ao casamento
Há algumas décadas a maior preocupação das mulheres era casar ainda muito jovem para não correr o risco de “ficar para titia”. Muita gente ainda pensa desta forma e se sente mal quando é cobrada pela sociedade, mas nada que não possa ser superado quando as prioridades são outras. Depende do jeito de pensar de cada um.
Paulo Alceu, 42 anos, solteiro, publicitário, costuma dizer que não liga quando o chamam de “titio”. “Sempre faço uma brincadeirinha e digo que sou “titio”, sim dos meus 5 sobrinhos. Sempre que posso levo meus sobrinhos para comer uma pizza, assistir uma partida de futebol. Quando ficam muito chatos devolvo para os pais”.
Paulo diz que enquanto a sua cara-metade insiste em não cruzar o seu caminho, prefere investir em viagens, no próprio negócio, sair com os amigos e cuidar pessoalmente das obras do novo apartamento.
“O importante é não encucar e deixar as coisas acontecerem naturalmente. Sem pressão”, diz.
Sozinhos, livres e bem resolvidos
Estar sozinho é bem diferente de ser sozinho. Quem é sozinho, muitas vezes, é tímido ou tem dificuldade de relacionamento interpessoal. Quase sempre sente solidão.
Estar sozinho pode ser uma escolha. Muitos optam por mudar de vida após uma separação ou desilusão amorosa ou dedicação excessiva à vida profissional. Outros motivos que levam alguém a viver sozinho pode ser uma viagem, um curso de aperfeiçoamento ou até mesmo dificuldade de conhecer gente interessante e compatível para um novo relacionamento.
O aumento do número de pessoas que habita um domicílio unipessoal nos grandes centros urbanos é uma tendência mundial. Isso deve em parte ao grande número de divórcios, ao aumento da longevidade da população e em caso de viuvez, em geral, o outro cônjuge passa a viver sozinho, à “síndrome do ninho vazio” – quando os filhos saem de casa e ao crescimento das uniões informais, onde o casal decide optar por morar em casas separadas.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) quatro milhões de brasileiros moram sozinhos. Isto representa 9% dos domicílios do país. Em 1970 este número era de apenas 1%. O Senso de 2000 apontou que 318.000 pessoas moravam sozinhas na capital paulista e 244.600 no Rio de Janeiro.
Porto Alegre tem o maior percentual de domicílios unipessoais: 17% e Curitiba fica em 5º lugar com 11%. Nos países nórdicos 39% dos lares são habitados por uma única pessoa. No Canadá e nos Estados Unidos este número representa 25% e 23 % respectivamente.
Os solteiros investem em seu próprio conforto e prazer. São muito exigentes em suas opções de consumo e ávidos por novidades. Adoram lançamentos, são extremamente dedicados aos amigos, viajam em grupos, canalizam a energia para o trabalho e à carreira. Podem ser encontrados:
· Praticando esportes
· No curso de idiomas
· Na academia: quem curte cuidar do corpo e adora apreciar corpos sarados.
· Fazendo novo curso: visando crescimento pessoal e profissional.
· Freqüentando cursos alternativos: yoga, autoconhecimento e auto-ajuda.
Este segmento da população está sendo cobiçado pelo mercado. Desde a indústria de alimentos, supermercados, aparelhos eletrônicos, agências de turismo e construtoras vem lançando novos produtos de olho nesse filão.
Pessoas bem resolvidas, muitas vezes, acabam se tornando exigentes na hora de buscar um novo relacionamento amoroso. Beleza física, um bom nível cultural, um emprego estável e uma renda acima da média não são mais garantias para conseguir um par afetivo. Homens e mulheres estão mais seletivos e exigentes na hora de buscar um novo par. Só se relacionam quando percebem que o outro respeita a sua individualidade e não interfere na sua independência. Muitos acabam namorando e até tendo um relacionamento estável e duradouro à distância, sem se casar.
Muitas pessoas investem na profissão e esquecem de investir no aprendizado do amor. Ingenuamente acreditam que nasceram prontos para o amor. Diante de qualquer dificuldade nas questões amorosas, se decepcionam e optam por ficar só.
Amar e ser amado faz parte da natureza humana. Enquanto o amor não acontece… É muito bom ser feliz, sozinho.