Há 11 anos quando iniciei minha atividade de aproximar pessoas muitos entrevistados se surpreendiam com uma das questões do questionário. “Em relação a sua vida afetiva o que espera de um relacionamento a dois: namoro – casamento – morar junto – morar separado”.
Raramente alguém colocava a opção “morar separado”. Hoje a situação é bem diferente, existem muitos adeptos do casamento em casas separadas.
Embora muita gente ainda não esteja familiarizada com esta questão, hoje já é considerada uma nova forma de família que ganha adeptos no mundo inteiro. As duas pessoas se assumem como casal, existe o compromisso inclusive da fidelidade, mas optam por viver em casas separadas.
Nos casais que se conheceram por meu intermédio e que fizeram esta opção, observo que:
1. Um dos cônjuges ou ambos saíram de casamentos literalmente falidos.
2. Na antiga relação havia cobrança excessiva e pouco respeito a individualidade.
3. Havia muita incompatibilidade, tipo: um gostava de dormir cedo e outro só dormia de madrugada. Em outros casos um tinha um comportamento exclusivista e individualista e o outro era mais dedicado, se entregava mais à relação.
4. Muitos casais optam levar este estilo de vida por questões profissionais. Residem e trabalham em cidades diferentes e se encontram nos finais de semana ou quando a agenda permite.
5. A grande maioria tem mais de 45 anos, bom nível cultural, social e financeiro. Permanecer no seu espaço físico representa continuar arcando com todas as suas despesas.
6. Muitos casais quando decidiram viver em casas separadas tinham alguma razão especial: filhos adolescentes ou idosos em casa. Uma das partes deseja conviver mais com seus filhos e netos sem que o outro se sinta na obrigação de fazê-lo. 7. Quem teve experiências traumáticas anteriormente, num primeiro momento, prefere experimentar em casas separadas como um “test-drive”. Depois de algum tempo optam por dividir o mesmo teto.
8. Alguns casais chegam a afirmar que, não tem interesse em viver juntos o tempo inteiro. Preferem não abrir mão do seu próprio espaço ou dos seus hábitos individuais e decidem não interferir nas decisões diárias do cônjuge.
Sérgio, 54 anos, advogado, há cinco anos ficou viúvo. Segundo ele sua casa mais parece um hotel. Moram com ele: o sogro, a sogra, seus quatro filhos, os dois netos, a empregada e a cadela Malu.
A sua pergunta: “Será que alguma maluca encara um sujeito como eu?”.
Concluiu que, se partilhar com alguém todas as responsabilidades do seu dia-a-dia, dificilmente conseguirá ser feliz no amor. Por esta razão, busca conhecer uma mulher que esteja disposta a viver em casas separadas. “Não quero dividir os “fardos”. Almejo a parte positiva: saber que podemos contar um com ou outro nos momentos de aflição, ter o apoio, o colo, passar o final de semana juntos, viajar, fugir da rotina”, concluiu.
Afinal, morar junto ou separado?
Os dois se adoram. Registram o seu amor em cartório, mas decidem ter duas casas. Como tudo na vida, há vantagens e desvantagens.
Alguns pontos fundamentais:
. Como fica a questão das saídas com os amigos? Deve-se dar satisfação com quem vai sair, onda irá e a que horas irá voltar? Todos os passos serão monitorados?
. E se o celular estiver ocupado por horas a fio? Como fica a crise de ciúmes numa hora dessas? Pode existir cobrança? Perguntar com quem está falando?
. Faz parte do trato dia e hora certa para ligar? O outro pode chegar sem avisar? E com relação a chave – um tem a chave da casa do outro?
. Quem dorme na casa de quem? Quantas vezes por semana irão dormir juntos? E se no dia determinado uma das partes não está a fim?
. Cada um pode deixar a escova de dente e outros pertences na casa do outro?
. Dá para acordar o outro no meio da noite porque está se sentindo carente ou com saudades?
Quem anseia um dia dividir o mesmo teto deve analisar bem as palavras do seu amor. Se ele diz optar por casas separadas porque teve uma experiência negativa e para ele a intimidade é ruim, fique atento.
Quem mora junto pode compartilhar pequenas delícias da vida a dois. Não precisa se despedir pela manhã. E aquele cafuné gostoso no meio da noite e a massagem relaxante após um dia difícil, é tudo de bom. E nas noites frias ter quem esquente os pés todas as noites?
Pensando bem, porque ter duas contas de luz, duas secretárias, duas contas de tv a cabo, Internet, IPTU, etc.
Pode ser que as vantagens de ter dois endereços superem as desvantagens. Mas se os planos para o futuro incluem filhos,
o casamento tradicional será a melhor opção.
A forma de união deve ser escolhida em conjunto e não ser imposta por um dos membros do casal, anulando a vontade do outro.
Cada um é livre para ser feliz como entender…