Inês vai a uma festa junina e vê o namorado da melhor amiga se divertindo com várias amigas. Até aí nada demais. A pista de dança está cheia e fica difícil poder dançar como manda a tradição. Ela sugere ao seu acompanhante que procurem o meio da pista. Ali leva um susto quando percebe que o namorado da amiga beija uma garota – beijo cinematográfico – daqueles de perder o fôlego.

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A amiga ficou em casa estudando para as provas. Eles namoram há dois anos. Inês passou a noite em claro pensando se deveria ser fiel à amiga e entregar o traidor. Em alguns momentos se pergunta caso ela estivesse na situação, o que será que a amiga faria? Mas, está convicta de que gostaria de saber a verdade, por isso, acorda e vai conversar com a amiga.

Com o intuito de querer ajudar contou a verdade. Perdeu a amizade. Sabe por quê? Ela não acreditou nas palavras de Inês. Assim que acordou o namorado ligou contando que a festa não teve graça sem a presença dela. Disse que cruzou com a Inês, que encontrou alguns amigos e que uma louca o agarrou e o beijou. Inês tentou alertar que o namorado não presta, foi convidada a se retirar.

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Joel, casado, vai a um restaurante e encontra seu amigo Lúcio, também casado, em atitude romântica com outra mulher. Será que ele vai contar para alguém? Nem sob tortura. E o dilema ético? Dizem que amigo, não entrega amigo… Será? Mas, tenho quase certeza que um homem contaria ao amigo caso tivesse visto a mulher dele com outro. Ou não?

Ter a informação de que alguém de quem gostamos está sendo traído pelo par amoroso coloca qualquer um diante de um grande dilema ético. O que fazer com a informação? Ser fiel à pessoa ou punir o traidor, entregando-o? No auge da descoberta o impulso inicial é ver a pessoa safada se dando mal. Mas, antes de qualquer atitude é preciso pensar nas consequências da revelação e, também, nos motivos inconscientes que podem motivar a intromissão.

Estou me referindo às situações desconfortáveis que as pessoas se metem e ganhariam muito mais se ficassem com a boca fechada. Sim, muitas vezes, a pessoa sabe que o par dá suas escapadas, mas, prefere pensar: “O que os olhos não vêem o coração não sente”, “O meu amor apronta, mas sempre volta pra casa”. “O dia que eu tiver certeza, serei obrigado a tomar uma atitude e não é bem isso que eu quero”.

As mesmas reflexões são importantes quando mostram que a vontade de contar nada tem a ver com a vontade de proteger a pessoa envolvida. No fundo a pessoa pode até gostar do que viu, mesmo porque sem saber, nutre e esconde sentimentos de ciúmes, inveja ou competição pela pessoa traída. Sim, pessoas infelizes nos seus relacionamentos, inconscientemente, sentem-se incomodadas com a felicidade alheia.

Amigos íntimos costumam confidenciar seus casos extraconjugais. Enquanto existe a confiança mútua tudo vai bem. Agora, quando por algum motivo a amizade deixa de existir os segredos podem vir à tona, às vezes, através de telefonemas anônimos.

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O melhor é deixar que cada um cuide da sua vida, do seu namoro ou do seu casamento do jeito que quiser. O que se passa na vida íntima e na cama só diz respeito ao casal. Até porque uma terceira pessoa só entra se a “porta” estiver aberta.

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