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Para especialistas em Relações Internacionais o déficit democrático na Organização das Nações Unidas é um problema não tão recente que mina a sua legitimidade. O desequilíbrio de representatividade na ONU acaba por gerar uma baixa eficiência em uma organização onde o conceito de governança global deveria se apresentar de maneira a atingir resultados práticos visíveis aos não especialistas.

A atuação do governo Russo na crise política que vive a Ucrânia nesse momento evidenciou o já problemático mecanismo de tomada de decisão no Conselho de Segurança da ONU, demonstrando uma baixa efetividade de um organismo de extrema importância para o alcance dos objetivos de promoção da paz e combate à barbárie e idiotice humana.

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A representatividade em um organização internacional como a ONU é essencial para que decisões conjuntas e mais democráticas reflitam os interesses da coletividade para que medidas individuais não venham a prejudicar e afetar a comunidade internacional.

Quando não há representatividade, ou qualquer desequilíbrio de poder decisório, a eficiência em alcançar um resultado determinado com o menor custo possível acaba prejudicado, resultando em um déficit democrático, fenômeno perceptível no que tange ao Conselho de Segurança da ONU e evidenciado aos olhos dos não experts pela crise na Ucrânia.

A ONU tem como órgão central para a promoção da paz e consecução de  objetivos da organização o Conselho de Segurança, sendo que este é composto por cinco membros permanentes, China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia e mais dez membros rotativos. Até aí tudo bem, se não fosse o poder vetar qualquer decisão e impedir seu encaminhamento de maneira individual dos membros permanentes, instrumental este que flexibiliza a igualdade dentro da instituição, dando um poder descomunal a cinco países sobre quase duas centenas de outros, gerando um claro desequilíbrio de representatividade e um obstáculo à eficiência da organização.

Com o atual governo de Vladimir Putin e o movimento russo de afastamento da linha diplomática adotada no ocidente a atuação russa como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU evidenciou algo já conhecido por especialistas, a existência de um déficit democrático na ONU, sendo a atuação russa frente à crise na Ucrânia é exemplo desse embate representatividade versus eficiência.

Diversas regiões foram ocupadas por separatistas pró Rússia, supostamente apoiados por Moscou, o que acabou por gerar conflito entre aqueles que querem a anexação à Rússia, aqueles que buscam permanecer sob administração ucraniana e até mesmo aqueles que buscam independência. Nesse caso, a ONU encontraria um ambiente fértil para fazer valer sua autoridade e buscar efetivar os seus objetivos centrais, entretanto não se pode olvidar que qualquer decisão frente ao Conselho de Segurança deve passar pela Rússia e seu poder de veto, sendo que até o momento a Rússia limitou-se à óbvia condenação do bombardeio ao avião da Malaysia Airlines. Tire suas conclusões…

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