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Hoje acordei para escrever e fiquei em absoluta dúvida sobre o tema. Os dois assuntos que vieram à minha cabeça envolvem a barbárie, quais sejam estes o regime venezuelano e os jihadistas do Estado Islâmico. Não que eu esteja comparando a forma ou as motivações desses dois grupos, mas vamos convir que assassinato é assassinato seja na Venezuela, na Síria, no Iraque ou na Cidade Industrial de Curitiba.

Como pode ser percebido pelos posts, ainda não me sinto em condições de escrever sobre o Estado Islâmico. Entendo a gravidade do problema e a repercussão externa desse fundamentalismo que nada tem a ver com religião, Deus ou o profeta Maomé, mas sim com insanidade e desesperança.

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Mas no que tange à Venezuela, me sinto quase que obrigado a escrever, muito devido à inércia brasileira, que além de sucatear a política externa, como pode ser verificado no post da semana passada, adota posicionamentos internacionais ideológicos e contraditórios.

O governo brasileiro, e quando digo governo brasileiro quero enfatizar exclusivamente o poder executivo nesse momento, já deveria ter aumentado o tom contra a barbárie, os assassinatos e a violência em nome da manutenção de uma ideia e poder na Venezuela.

O Brasil não pode manter-se inerte quanto ao desabastecimento, à crise e à violência institucionalizada que acontece muito próxima a todos nós. Não digo uma interferência direta com auxílio à oposição (financiamento ou envio de tropas), mas que se posicione quanto às violações aos direitos humanos cometidos pelo governo de Maduro, sendo que tal medida seria possível com tomadas de posição, chamamento para consultas com o embaixador brasileiro, declarações públicas por parte da Presidência da República, mas isso não acontece, e por qual motivo? Um alinhamento ideológico contraditório!

O Brasil já deu demonstrações de estar alinhado com o governo Maduro, pois fica silente frente à barbárie, mas tal conduta é absolutamente contraditória, mesmo considerando as lutas da esquerda no Brasil.

A contradição óbvia passa por algumas perguntas e respostas que nos levam a questionar a posição brasileira.

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Não seria o governo Maduro um regime que tem na força militar a sua tábua de salvação?  Não estaria o governo Maduro adotando medidas arbitrárias contra qualquer tipo de oposição através de assassinatos e prisões? Há liberdade de imprensa na Venezuela? Há indícios de tortura institucionalizada na Venezuela? Há violações a Direitos Humanos na Venezuela?

Atualmente, a nossa presidente não perde tempo ao mencionar em seus discursos os tempos em que lutou contra um governo militar que adotava medidas arbitrárias e reprimia violentamente qualquer oposição, institucionalizando a tortura em um país onde vigia a censura, a inexistência de liberdade de imprensa e violações contumazes aos direitos humanos.

Assim, só posso crer que a inércia brasileira sobre a Venezuela somente pode estar sendo motivada por uma ideologia tão cega que não enxerga as suas próprias contradições.