Os membros do Ministério Público Federal mandaram mais um recado indigesto para a atual procuradora-geral da República (PGR), Raquel Dodge.
Nesta quarta-feira (5), 82% dos votos dos procuradores foram depositados no nome do procurador regional Silvio Amorim, para compor a lista tríplice para uma vaga no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). O representante do MPF no CNMP é escolhido dentre os nomes da lista pela PGR.
Franco favorito, de atuação aprovada pela carreira, Amorim já teve embates com Dodge, que preside o CNMP enquanto chefe da PGR. O procurador regional também já a criticou na rede interna de mensagens dos membros do MPF, acusando-a de patrocinar manobras e de não dialogar com a classe.
Criticada pela maioria da carreira, Dodge escolheu não se submeter à lista tríplice organizada pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) para buscar a recondução ao cargo de PGR. Avaliava que poderia fazer feio em não ter o nome sequer entre os três mais votados.
A eleição de Amorim, que teve mais que o dobro de votos do segundo nome da lista, confirma a tendência. As candidatas que a carreira percebia como apoiadas por Dodge não irão sequer para a lista tríplice do CNMP.
A grande pergunta dos últimos dias não era se Amorim seria o mais votado, mas quão mais votado seria. O recado foi dado.
Confira entrevistas com os candidatos à PGR:
- Blal Dalloul: “Tudo que é polêmico no MPF não é bom”
- Robalinho Cavalcanti: Entorno de Raquel Dodge está desesperado
- Vladimir Aras: Forças-tarefa não podem ser único método do MPF para problemas graves
- Luiza Frischeisen: CNMP precisa seguir exemplo do CNJ
- Bonifácio: “Estou mais para Janot do que para Raquel”
- Paulo Eduardo Bueno: Segurança pública é o maior problema do Brasil hoje
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