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Argentina subiu os juros e pediu socorro ao FMI. Há riscos para o Brasil?


As seguidas altas da taxa de juros dos Estados Unidos, com expectativa de novas altas, e aceleração da inflação no país, que registra baixa taxa de desemprego e vê os salários aumentando, estão causando a desvalorização da moeda de vários países emergentes. A gente vê isso acontecendo no Brasil, com a alta do dólar em relação ao real. Mas é a Argentina o primeiro país emergente que já está tomando as medidas mais drásticas para lidar com esse processo de enfraquecimento da própria moeda. Quando os juros sobem nos Estados Unidos, investidores de todo o mundo acabam levando seu dinheiro para lá em busca de remuneração mais alta. No caso da Argentina, isso gerou uma desvalorização da moeda que é mais do que o dobro do que ocorreu no Brasil. O resultado: os argentinos subiram a taxa de juros, levando a taxa básica de juros do país para 40% ao ano — a mesma que no Brasil é de pouco mais de 6%. A consequência é que o país vai crescer menos do que poderia. E esse processo também afeta o Brasil, que vai diminuir suas exportações para o país vizinho e pode forçar o Brasil a mexer na sua taxa de juros, influenciando também a nossa inflação.

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