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Ricardo Amorim

Ricardo Amorim

Criptomoedas

O que eu aprendi não investindo em Bitcoin em 2010

Criptomoeda Bitcoin
Criptomoedas, como o Bitcoin, vieram para ficar, avalia o colunista Ricardo Amorim. (Foto: Pixabay)

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As criptomoedas vieram para ficar. Nem sempre tive esta certeza. Em 2010, enquanto o mundo ainda lidava com as consequências da crise financeira global, soube da criação do Bitcoin, logo no seu início. Interessei-me e estudei sobre o assunto. Dois conceitos me chamaram bastante a atenção: uma regra fixa de criação de quantidade limitada da nova moeda e uma tecnologia de criptografia que permitiria que ela pudesse ser emitida, transacionada e guardada no meio digital, sem nenhum governo por trás - o blockchain.

O primeiro conceito me conquistou de cara. Naquele momento, era claro para mim que a única forma de evitar uma nova Grande Depressão seria que governos e bancos centrais em todo o mundo dessem estímulos fiscais e monetários em magnitude nunca antes vista. Em português claro, eles teriam de encher o mundo de dinheiro; como efetivamente fizeram nos anos seguintes e, mais recentemente, em escala ainda maior, em resposta à crise econômica causada pela pandemia do coronavírus.

Em sua essência, economia é uma ciência simples, apoiada em uma única regra: a busca do equilíbrio entre oferta e procura de qualquer coisa determina seu preço. Quando a oferta aumenta, o preço cai. O contrário acontece quando a oferta cai. Já, quando a procura aumenta, o preço sobe; e o contrário acontece quando a procura cai. Esta regra determina o preço de produtos, serviços, imóveis, salários (o preço do trabalho), taxas de juros (o preço do dinheiro), taxas de câmbio (o preço relativo entre duas moedas) etc.

Em função do aumento substancial da oferta de moedas como dólar, euro, real e tantas outras, eu sabia que o preço de todas elas em relação a outros ativos teria de cair. Dito de outra forma, o preço de ativos reais, como imóveis, commodities, ações de empresas, metais preciosos e eventuais outras moedas que não tivessem aumento substancial de oferta, teria de subir em relação às moedas tradicionais. Assim, uma nova moeda que, por regra, não teria grande aumento de oferta - como o Bitcoin - deveria subir significativamente de preço em relação às moedas tradicionais ao longo dos anos seguintes.

À época, achei eu, o problema poderia estar na procura por essa nova moeda. Será que as pessoas colocariam o dinheiro que suaram tanto para ganhar em um ativo que poucos entendiam exatamente como funcionava e que fora supostamente criado por um tal de Satoshi Nakamoto, que ninguém sequer sabe se realmente existe? Será que o Bitcoin seria aceito como meio de pagamentos? Sem isso, não haveria demanda por ele. E algo que não tem demanda, não tem valor.

De lá para cá, meus medos se provaram infundados. As criptomoedas têm se tornado cada vez mais aceitas como forma de pagamentos e vêm sendo cada mais regulamentadas. Também vem crescendo o número de empresas que pagam salários e investem em criptomoedas. No último trimestre, todo o lucro da Tesla originou-se de seus investimentos em criptomoedas e venda de créditos de compensação de emissão de carbono.

Criptomoedas e tokens possibilitam investimentos em projetos que vão da preservação da Amazônia a ativos ligados ao futebol, viabilizando transações e investimentos, mesmo de valores baixos Além disso, são líquidos. Podem ser comprados e vendidos com facilidade e segurança e guardados digitalmente através de plataformas como o Mercado Bitcoin - a maior plataforma de criptomoedas e ativos digitais na América Latina - que cumpre as funções de Bolsa, corretora e custodiante.

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