Enquanto todo mundo está preocupado com a economia brasileira, o que me preocupa está no cenário externo. Os problemas da economia brasileira estão para lá de escancarados: o Brasil viveu, no período de 2014 a 2016, o pior triênio de desempenho da economia brasileira desde 1900, que é desde quando há dados. Isso escancara os nossos problemas e mostra que a economia se move em ciclos: a primeira fase é positiva, quando há crescimento até maior do que as pessoas imaginam, e é seguida por uma fase negativa, onde acontece o reverso e a economia piora mais do que as pessoas imaginam. Isso vai se repetindo e acontece no mundo inteiro. E é daí que vem a minha preocupação.
Os Estados Unidos, ao contrário do Brasil, tiveram nos últimos oito anos o mais longo ciclo de expansão de sua história. Ele foi tão longo porque foi também o mais fraco ciclo de expansão econômica. Essa expansão gera excessos que causam a reversão do ciclo no final. Com o crescimento do país, há mais empregos, salários mais altos, poder de consumo elevado e os preços sobem. Aí vem o problema: inflação alta. E para controlar a inflação, o banco central, de qualquer país, precisa subir a taxa de juros e deixa o crédito mais caro. Isso vai causar a queda da inflação lá na frente, mas vai desacelerar a economia para isso. E é o que está acontecendo nos Estados Unidos.