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Nestes primeiros dias de negociação na Bolsa de Valores brasileira em 2021, o ânimo seguiu forte. Mesmo com a queda nas ações desta segunda-feira (11), o Ibovespa, principal índice nacional, avança cerca de 3%. Quem vem sustentando esse otimismo são as empresas ligadas a commodities como petróleo, minério de ferro e papel e celulose. Com a alta de mais de 15% nas primeiras sessões do ano, Vale, Gerdau, Usiminas e CSN puxam essa fila, enquanto Klabin, Petrobras e Suzano vem logo atrás.
Claro que já víamos esse forte movimento nas últimas semanas (e até nos últimos meses) de 2020 e a expectativa era justamente de que ele se mantivesse dessa forma. Algumas razões levam a acreditar nessa tese como um superciclo de commodities, puxado basicamente pela economia a China - que deve atravessar mais um ano de forte crescimento.
Com as divulgações recentes e a alta no número de infectados pelo coronavírus em todo o mundo (principalmente na Europa e nos EUA), bem como a logística e o ritmo no processo de vacinação, acredita-se que o país asiático, que a princípio não reporta números significativos há meses, possa ser o propulsor da economia mundial em 2021. Até mesmo as restrições determinadas nas últimas semanas em alguns dos principais países da Europa, como Alemanha e Reino Unido, direcionam para esta tese.
Mais um fato que adiciona otimismo aos mercados é a possibilidade cada vez maior de o novo presidente dos EUA, Joe Biden, anunciar ainda antes de assumir o cargo, um novo e gigantesco pacote de estímulos à economia do país.
Vale lembrar que no auge da pandemia, no segundo trimestre de 2020, o valor do contrato futuro do minério de ferro chegou a ser negociado abaixo de US$ 80, enquanto o petróleo negociou a valores negativos. Ou seja, em menos de um ano, já temos barril do petróleo batendo US$ 55 e expectativas de que continue a trajetória de alta. E o minério está cotado a US$ 170, mais que o dobro da mínima atingida com demanda forte e produção reduzida.
Dessa forma, fica claro que os resultados das empresas ligadas a estas commodities podem continuar apresentando bons índices nos próximos trimestres. Outro dado a ser considerado diz respeito ao câmbio, atrelado à continuidade da desvalorização da moeda brasileira. Neste início de ano, estamos novamente entre as piores moedas em comparação com outros mercados emergentes, com a queda de 6% ante o dólar. Havia expectativa de que poderíamos ter, nas primeiras semanas de 2021, uma valorização do real, mas as preocupações decorrentes do lado fiscal aqui no Brasil seguem se sobressaindo. Este é outro fato que sustenta as perspectivas positivas de curto prazo para as ações citadas no início desta coluna. Por outro lado, vale lembrar que o mercado de ações busca antecipar fatos e, desta forma, já estaríamos vendo uma valorização dos ativos negociados na B3 por essas expectativas de bons resultados.
Não sabemos até quando e nem quanto, mas de fato estamos em um momento positivo para as ações do setor, além da perspectiva de que as grandes companhias possam pagar dividendos “gordos” em 2021. E como na composição atual do Ibovespa temos 30% de peso para o segmento, acredito que ele possa continuar sendo propulsor, ao menos no curto prazo.
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