Atualmente, com inflação controlada e taxa de juros no menor patamar da história (em 2% ao ano) ficou “mais fácil” se organizar.| Foto: Bigstock
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Quando se fala em mudança de ano, logo vem à mente de grande parte das pessoas rever metas e desafios para o ano que entra. E dentro desse rol, temos visto cada vez mais a elaboração de metas financeiras ou até mesmo a criação de um planejamento pessoal - seja para o dia a dia ou mesmo visando a aposentadoria.

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É um movimento importante e que tem crescido ano a ano, apesar das instabilidades que o país atravessa. Atualmente, com inflação controlada e taxa de juros no menor patamar da história (em 2% ao ano), podemos afirmar que se organizar ficou “mais fácil”. Afinal, quanto maior a previsibilidade de dados e expectativas, mais simples fica o planejamento. No Brasil, onde até o passado é incerto (como dizem), temos outras variáveis a considerar, mas o básico pode ser realizado.

Nesta última década, por exemplo, tivemos um pico do CDI médio, taxa interbancária que se aproxima da Selic, de 14%, enquanto seu piso será justamente em 2020, de 2,9%. Já o IPCA atingiu sua máxima deste mesmo período em 2015, com a taxa indicando inflação de 10,7% naquele ano, enquanto o piso foi de 2,95% em 2017, Mas, o que isso exatamente quer dizer? Que tivemos ao longo dos últimos anos grandes variações nos principais indicadores do Brasil, porém as taxas ficaram entre os números citados nos demais anos.

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Sem dúvida, com isso em mãos é possível estabelecer metas financeiras ano a ano, a depender das condições de mercado e, com isso, buscar algum número que esteja dentro da normalidade e seja condizente com a sua realidade.

Quando ouço falar, por exemplo, na busca por ganhos de 1% ao mês, logo afirmo que a meta é possível, mas ela é uma coisa em tempos de juros a 14% e outra a 2% (como hoje). Neste patamar atual quem deseja obter tal retorno mensal precisa necessariamente correr mais riscos nas suas aplicações financeiras. Ou seja, deve adicionar à sua carteira de investimentos ativos de renda variável como ações, fundos imobiliários, ETFs, entre outras possibilidades.

Para se ter ideia, olhando no médio prazo - que aqui vamos calcular em cinco anos -, o CDI apresentou retorno acumulado de 45,4%, enquanto a poupança foi de 28,9% e a inflação (IPCA) de 23,6%. Veja que quem deixou seu dinheiro na mais tradicional aplicação financeira do país obteve rentabilidade próxima da inflação. Ou seja, praticamente não auferiu lucros no período.

Dessa forma, mesmo aplicações conservadoras em um prazo como este podem levar a um retorno mais significativo. Isso porque aqui estamos considerando 100% do CDI, mas vale lembrar que atualmente temos diversas possibilidades mais interessantes disponíveis nas plataformas de investimento - algumas que chegam a oferecer CDBs de 160% do CDI ao ano ou mais. No crédito privado também é possível encontrar opções atreladas à inflação ou mesmo ao CDI adicionando até cerca de 4% ao ano além do indicador econômico. Ou seja, o que não faltam são boas oportunidades no mercado nacional.

Já na bolsa brasileira, um levantamento dos melhores retornos da última década mostra que empresas conhecidas apresentaram altas expressivas - 1.352% no caso da Weg, indústria sediada no sul do país, ou a empresa de energia Equatorial, com 1.272%. Neste prazo, por exemplo, o Ibovespa, principal índice da B3, trouxe retorno de 72%, o que só mostra a importância de se diversificar a carteira de investimentos e selecionar boas companhias que tragam perspectivas.

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Como fazer isso? O tempo, conhecimento e seus estudos dirão se está no caminho correto, mas é importante desde já realizar um planejamento que vise separar de maneira recorrente um valor a ser investido para atingir seus objetivos de longo prazo, bem como respeitar seu perfil e criar uma disciplina na rotina como investidor.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]