Dentro de algumas horas – ao menos se espera – teremos a definição de quem será o presidente dos Estados Unidos pelos próximos quatro anos. Diante de todas as pesquisas apresentadas até aqui parece haver um grande equilíbrio, com pequena vantagem para o candidato democrata Joe Biden. No entanto, no papel de um analista de mercado, tenho a obrigação de fazer uma série de leituras de cenários. Isso porque não será apenas a vitória de A ou B que definirá todo o movimento que poderemos ter nos próximos dias, semanas ou até mesmo meses.
Há algumas semanas escrevi nesta mesma coluna sobre o que poderíamos esperar de alguns setores dentro do mercado de renda variável no mercado externo. Dessa vez é importante tratarmos da expectativa sobre esta que poderá ser uma das mais importantes eleições das últimas décadas, tamanha a polarização e as agendas de cada candidato.
E, no início deste texto, quando escrevi que ao menos se espera um vencedor nas próximas horas é porque a maior preocupação de todas é a de um resultado em que um dos candidatos saia vencedor por pequena margem, podendo acarretar processos judiciais com semanas de duração até uma decisão consolidada, trazendo incertezas e forte volatilidade aos mercados do mundo todo durante este período.
Sem dúvida este seria o pior cenário que poderíamos traçar neste momento. Outra perspectiva que pode trazer oscilações adicionais seria com Joe Biden vencedor e pequena margem de eleitos entre os democratas na Câmara dos Deputados e no Senado do país. Isto porque um possível aumento de impostos e um programa maior de distribuição de renda estão na pauta do partido, mas as discussões não estariam ainda como maioria dentro do próprio partido.
Por outro lado, em caso de Donald Trump sair vencedor com o Senado seguindo com maioria Republicana e a Câmara com os Democratas (assim como o cenário atual), podemos ter poucas mudanças para a economia, com embates a todo momento, assim como vimos ao longo dos últimos anos. Outro potencial resultado de média a alta probabilidade de ocorrer - e que também traria impasses políticos - seria uma vitória do candidato da oposição com o Senado mantido com os Republicanos e a Câmara ficando com os Democratas.
De todas estas possibilidades descritas, é importante notar que não é apenas a Casa Branca que está em jogo e no foco dos mercados e do mundo político como um todo, mas o poder sobre as casas que determinam o rumo da agenda do Governo Federal. norte-americano.
Como se vê, são inúmeras as dúvidas, diversos os resultados e as interferências que poderemos ver nos próximos dias no mercado financeiro mundial. Até porque, independentemente de quem for eleito, no próximo ano a economia norte-americana estará se recuperando de uma grave crise financeira em meio a pandemia da Covid-19.
Até aqui, a recuperação econômica parece estar adequada, mas ainda com enormes preocupações, incluindo a possibilidade de ocorrer uma segunda onda da doença nos EUA. E, se Biden vencer, a mudança de gestão poderá significar mais estímulos econômicos que um segundo mandato de Trump, mas também traria consigo preocupações sobre o equilíbrio fiscal no país.
Portanto, é de suma importância acompanhar o número que cada partido conquistará em ambas as casas e a prospecção dos cenários é válida pois se tivermos votações de matérias importantes e de grande projeção nos EUA, isso certamente terá grande visibilidade global.
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