Com a eleição consumada e a transição de governo sugerindo as Reformas necessárias ao país, passei a trazer nesta coluna semanal as melhores alternativas de investimento para 2019, segundo a minha visão. O primeiro artigo desta série foi o de ações. Agora, falo das oportunidades dos fundos imobiliários (FIIs).
Os FIIs, no jargão do mercado financeiro, têm sido um dos investimentos que mais apresentam crescimento de demanda por pessoas físicas por uma série de razões, dentre as quais podemos citar as principais como a facilidade na obtenção de cotas (ao invés de comprar um imóvel), custos e questões burocráticas. Esses “condomínios fechados” de investimento são divididos em cotas que podem ser adquiridas por qualquer interessado, e são destinados para aqueles que buscam alocar seus recursos em empreendimentos imobiliários como shoppings, hospitais, lajes corporativas (prédios comerciais), galpões logísticos, agências bancárias e os fundos de “papéis”.
Para participar desse mercado, o investidor pode entrar por meio de Oferta Pública (IPO) ou por transações realizadas no Home Broker/Mesa de Operações. A aquisição da cota o torna sócio dos empreendimentos.
Com o mecanismo explicado, a questão que mais interessa é: como ganhar dinheiro com os FIIs?
Há duas formas, uma na valorização das cotas negociadas no mercado e outra com o pagamento dos rendimentos mensais. Assim como um proprietário que coloca seu imóvel para alugar, estes rendimentos também são provenientes de aluguéis. No caso do FIIs, 95% do lucro líquido auferido pelo Fundo é distribuído aos cotistas – e o melhor é que eles são isentos de Imposto de Renda para pessoas físicas. Os rendimentos são dados por alienação, locação ou arrendamento, ou, em grande parte, por meio do aluguel. Já a tributação sobre o ganho de capital é de 20%.
Esta modalidade de investimento apresenta algumas boas vantagens, como a valorização das cotas, em que o investidor pode ganhar dinheiro na venda das mesmas por um preço mais alto do que o de compra (especulação ou investimento); praticidade, se comparado à negociação de um imóvel; baixo custo, já que as cotas podem ser adquiridas a partir de valores baixos (em média a partir de R$100,00); e diversificação, pois por meio de uma cota de um fundo imobiliário, como dito, é possível ter participação em shopping centers, hospitais e outros empreendimentos comerciais.
Razões para o otimismo
Mas, você leitor que vem acompanhando e viveu a crise econômica dos últimos anos, que atingiu em cheio o setor imobiliário – com deterioração do poder de compra, taxa de juros (Selic) em dois dígitos e grande abalo nos fundamentos do setor, que ainda está com estoques elevados, ociosidade e preços estagnados – deve estar avaliando o porquê, diante do cenário de recessão, da demanda estar crescendo.
O novo governo traz a expectativa de um ajuste fiscal no Brasil, da Reforma da Previdência e, também, de uma Selic estável pelo menos até meados do próximo ano. Os fatores impactam positivamente na confiança do empresariado e do consumidor, refletindo no desempenho econômico do país e, consequentemente, no setor. Assim, alguns ativos chamados alternativos, como os fundos imobiliários, tendem a apresentar uma boa performance.
Com essa perspectiva, a recomendação é de atenção àqueles segmentos que poderiam se beneficiar desse cenário otimista, como lajes corporativas; shoppings centers, que devem ter uma elevação no fluxo de pessoas nestes empreendimentos e consequente aumento na receita e distribuição de rendimentos; e galpões logísticos, cujos contratos são mais longos, corrigidos anualmente por inflação e em geral com empresas qualificadas.
Outra recomendação, agora para aqueles que acreditam neste setor, mas desconhecem como se pode obter as cotas, é buscar informações nas carteiras recomendadas de instituições financeiras ou nas plataformas digitais de investimento, que poderão passar a visão de especialistas ou analistas no assunto que acompanham diariamente as movimentações no setor.
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