A decisão do banco central americano, Federal Reserve (Fed), divulgada dia 28 último, de manter a política expansionista dos Estados Unidos e, por ora, não subir a taxa de juros sinaliza a aposta reiterada do presidente do banco, Jerome Powell, de que a pressão inflacionária é temporária e, por isso, não há pressa em iniciar a redução dos estímulos monetários e deixar a economia caminhar com as próprias pernas. O juro do Fed Funds se mantém no intervalo entre 0% e 0,25%.
O discurso, junto com os resultados de balanços do segundo trimestre de gigantes americanas (acima das expectativas do mercado), contribuiu para o bom humor das bolsas globais — que já esperavam esse viés de manutenção da política. A novidade foi a sinalização sobre a redução da compra de ativos que deve ficar para o final deste ano; já a alta dos juros deve demorar mais.
O fato se explica, principalmente, pelos níveis de geração de emprego ainda não ideais — são cerca de 7 milhões de vagas a menos que no período pré-pandêmico — e a estabilidade dos preços, ambos acompanhados com olhos atentos pelo Fed. Para o banco central americano, esses dois fatores caminham para uma melhora, mas incertezas como um novo surto da variante Delta do coronavírus, por exemplo, contribuem para deixar a economia ainda em alerta, sem uma base totalmente sólida.
Ainda nas terras do Tio Sam, outro dado importante para o mercado financeiro global foi o resultado do PIB dos EUA do segundo trimestre, divulgado na última quinta-feira (29). Apesar da alta de 1,6% frente aos primeiros três meses de 2021 (voltando aos níveis pré-pandemia), o número ficou abaixo das expectativas do mercado. O dado, menos positivo do que esperado, foi puxado pelos obstáculos enfrentados pelo varejo devido às interrupções na cadeia de suprimentos e por desafios no mercado de trabalho, entre outras razões.
E por quais motivos esses dados e indicadores são importantes para o pequeno investidor brasileiro? Se formos responder de maneira simplista é porque isso impacta e traz volatilidade aos mercados globais. No Brasil, especificamente, podemos afirmar que os números dos EUA afetam o dia a dia do câmbio e, com a inflação já pressionada, isso poderia ser mais um catalisador de curto prazo. No entanto, com a divulgação do Boletim Focus do Banco Central brasileiro desta segunda-feira (2), que já sugere um IPCA de 6,79%, a princípio, dificilmente teremos mais grandes surpresas até o final do ano.
Portanto, importante seguir na linha do que venho batendo nos últimos meses, destacando a importância de uma carteira bem diversificada e com ativos/ações do exterior inseridas, para que nenhum investidor, mesmo o pequeno, seja surpreendido por tal fato e possa aproveitar um eventual aumento dos juros norte americano lá na frente.
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