Encerramos o ano de 2020 realizando retrospectivas e buscando novos caminhos e soluções para 2021. No campo dos investimentos não poderia ser diferente. Por essa razão é importante saber onde os erros foram cometidos e consertar o mais breve possível para realizar os ajustes necessários.
Nestas últimas semanas do ano o que mais se viu foram vídeos e artigos sobre o que esperar para o ano que entra. Dessa forma, também entro em partes nesse balaio, já apresentando que tivemos um acontecimento absolutamente inesperado e por isso mudou-se a rota por diversas vezes ou até mesmo algo que venha a impactar não apenas no curto, mas também no longo prazo.
O tal do cenário fiscal novamente esteve no foco e foi ainda mais impactado pelo necessário auxilio emergencial concedido pelo governo federal e certamente será um assunto ainda abordado por muito tempo. O ponto interessante e importante aqui é a sinalização que será dada daqui para frente, com corte de gastos ou via aumento de impostos. Ou seja, fica a dúvida de qual sustentabilidade será dado a este tema.
Por outro lado, nas primeiras semanas de 2021, veremos muita discussão sobre inflação e atividade econômica. Claro, uma das pautas principais como sucessão na Câmara e Senado também entram diretamente aqui. E por quais razões estes estarão à frente nas manchetes e discussões?
Primeiro porque o PIB brasileiro foi muito sustentado pelo próprio auxilio concedido, e, com o fim deste, fica a dúvida sobre como ficará a partir daqui? Já a inflação, ao que tudo indica, passa por um choque temporário, como tem sinalizado o Comitê de Política Monetária (Copom) nas ultimas decisões da meta da taxa de juros e para a maioria dos economistas.
Grande parte disso deve-se em especial pela forte demanda por alimentos e bens duráveis. Ademais, já há uma expectativa que o IPCA possa atingir cerca de 6% ao final do primeiro trimestre, considerando a base de 12 meses e a partir daí começará a ceder, encerrando o ano próximo de 4%.
Ainda no primeiro semestre, espera-se que a Selic seja elevada. Para alguns, esse processo começa logo nas primeiras reuniões do Copom, mas como há incertezas sobre a economia como um todo pela frente, outros acreditam que isso se dará apenas no segundo semestre do ano.
E para quanto vai a taxa de juros do Brasil? Outra pergunta que ainda carece de respostas em função das dúvidas relacionadas a todo o processo de vacinação, como logística, efetividade e até questões políticas como briga entre estados. No entanto, algo entre 3% e 4% poderemos ver já no próximo ano. Sendo assim, apesar de um número baixo considerando o histórico no país, teremos um custo de dívida maior para as empresas e até impactos no câmbio, mas na possibilidade de apreciação do Real visto o movimento contrário nos meses que anteciparam a queda de juros para o patamar atual de 2%.
Enfim, 2020 foi muito longe de qualquer previsibilidade, mas para o ano que entra, apesar dos pesares, possivelmente conseguiremos enxergar alguma luz no final do túnel. A ver como se comportará o Congresso nas reformas e “pautas-bomba”, e a continuidade da Covid-19 que poderão trazer novos rumos para a economia como um todo.
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