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Investir é melhor do que guardar o dinheiro embaixo do colchão, mas muita gente não está preparada para esta conversa, infelizmente. Já estamos entrando em 2021, mas centenas ou mesmo milhares de brasileiros ainda optam por guardar dinheiro em casa, até mesmo políticos tradicionais que declararam seus respectivos patrimônios à Justiça Eleitoral para se candidatar a prefeito ou vereador nas eleições municipais de 2020.

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Para se ter ideia de tamanho desse cenário, dos quase 176 mil candidatos no estado de São Paulo, o maior colégio eleitoral do país, 8067 tinham recursos declarados na caderneta de poupança. O montante colocado nessas aplicações ultrapassa os R$ 28 milhões.

Vamos então para a esfera Federal: dos 1,012 milhão de candidatos, 35.515 também declararam aplicar dinheiro naquela aplicação financeira que tem o pior rendimento. O valor soma R$ 1.107 bilhão. Por outro lado, apenas 4.828 informam colocar seus recursos no mercado de ações, que pode ser de empresas de capital aberto ou até mesmo nas de capital fechado. Ou seja, um número, digamos, irrisório.

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Mas, ainda dá para piorar. Nas chamadas aplicações conservadoras, apenas 18.693 têm dinheiro em renda fixa, que neste caso podem ser classificados como CDBs, RDBs e outros. E em dinheiro em espécie, em moeda nacional? São, pasmem, 53.965 guardam dinheiro em casa, perfazendo um total de quase R$ 1,5 bilhão! Podemos afirmar, então, que ou há um grande desconhecimento sobre finanças pessoais ou são pessoas desorganizadas financeiramente, em sua maioria.

Se puxarmos para o lado de fundos imobiliários (FIIs), quantos teriam recursos? São apenas 585 os que informaram aplicar nesta modalidade, considerando novamente os mais de um milhão de candidatos pelo país. Para finalizar esta rápida pesquisa, 1.337 candidatos investem por meio de fundos de ações ou outras participações. E por que quero chamar atenção a isto? Por uma simples razão: se este número é tão baixo, como pensar em casas legislativas que possam “brigar” por uma educação melhor e de qualidade em nosso país?

Não precisaríamos ir muito longe, em uma rápida busca pela internet é possível verificar a existência de aplicações conservadoras, como os tradicionais CDBs que apresentam rentabilidade de 10% ao ano, isto considerando a Selic em 2% ao ano. Claro que não é algo para liquidez diária, mas poderíamos ter algo semelhante em carteira visando diversificação. Vale lembrar que a caderneta de poupança este ano deve render menos de 2%.

No campo dos fundos há uma infinidade de oportunidades, há aquelas inclusive que podem ser claramente destinadas a qualquer público, caminhando desde os mais conservadores até os mais agressivos. Fica a gosto do investidor (e do seu perfil). Justifico os fundos como uma boa saída dada a possibilidade de realizar aplicações, deixar o dinheiro nas mãos de pessoas qualificadas e se preocupar apenas com o acompanhamento das posições e da rentabilidade. Ou seja, não é necessário conhecimento e tampouco tempo para investir. A partir de quanto? Com R$ 100 já dá para participar de boas aplicações. Nos mercados de ações, por exemplo, para comprar uma ação de Petrobras, atualmente, são necessário menos de R$ 30. E para um BDR do Google? O valor da aplicação inicial também é extremamente baixo, a partir de R$60.

Dessa forma, fica claro que não há como justificar o injustificável. Basta um pouco de interesse e identificar o seu perfil para realizar seus sonhos. Em uma entrevista realizada nessa semana com um grande ex-atleta do esporte brasileiro, ele confessou que dirigentes e atletas não costumam conversar sobre investimentos, mesmo estes últimos tendo uma carreira curta e de risco, dada a necessidade da alta performance para chegar ao topo. Sendo assim, chamo a atenção para o fato de que é preciso conversar sobre os conhecimentos básicos nas rodas de amigos ou no dia a dia de trabalho. Só assim teremos uma educação financeira de qualidade. Não podemos depender apenas das políticas públicas para ter maior conhecimento sobre o assunto.

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Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]