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Mercado financeiro
Copom deve promover nova elevação na taxa básica de juros. Como ficam as aplicações financeira?| Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Nesta quarta-feira (16) teremos mais uma decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a meta da taxa de juros do Brasil, a Selic. E dentro do que havia sido comunicado na nota da última decisão, há grande expectativa para elevação de 0,75%, levando a taxa dos atuais 3,5% para 4,25% ao ano. No entanto, com sinais de alta da inflação nas últimas semanas, não está descartada uma elevação de 1 p.p.. Dois aspectos adicionais podem ser levados em consideração para uma posição mais firme do Comitê: os dados da atividade econômica, que têm sido mais fortes do que o esperado, e o andamento das reformas tributária e administrativa no Congresso Nacional.

Importante comentar aqui que diante das pressões inflacionárias de curto prazo (com IPCA e IGP-M atingindo 8% e 37% respectivamente nos últimos 12 meses, conforme divulgado no Boletim Focus do Banco Central) as perspectivas para a taxa Selic ao final deste ano já chegam a 6,25%. Ou seja, levando em consideração a taxa atual e o aumento previsto para esta quarta-feira, ainda deveremos ter mais elevações a diante. Mas, mais importante que este movimento, será o comunicado pós decisão - aguardado ansiosamente pelo mercado - e o quão “duros” serão os próximos passos.

Se olharmos para esse quadro e as perspectivas temos dois pontos a destacar pensando em aplicações financeiras. Em primeiro lugar (e bem relevante) é o fato de o juro real estar 4,5% negativo neste momento. O que seria exatamente isso? Quer dizer que cada pessoa que realiza aplicações conservadoras (aquelas ligadas à Selic) está vendo seu dinheiro render menos do que a inflação, ou seja, diminuir o poder de compra no tempo. Entretanto, é importante salientar que passamos por um movimento global de inflação elevada e, portanto, podemos classificá-lo como atípico. Dentre os principais destaques que contribuem para isso estão as commodities (que tem no Brasil é um grande player exportador global) e uma crise hídrica que tem levado à alta dos preços na conta do luz no país.

Mas, voltando ao segundo ponto relacionado aos investimentos, temos a volta da renda fixa de “corpo e alma”. Menciono desta forma pois, para alguns, a renda fixa havia “falecido” quando a Selic estava em 2% ao ano. Na minha visão isso nunca aconteceu, pois mesmo com a Selic no menor patamar da história, sempre tivemos oportunidades interessantes. E por falar em possibilidades, aqui podemos identificar algumas. Destaco os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) e Imobiliário (CRI), cujas ofertas de taxas atuais estão em cerca de 4% mais a inflação medida pelo IPCA anual.

Dessa forma, inclusive, pode-se dizer que o investidor fica protegido contra uma eventual permanência da inflação em patamares elevados. Vale lembrar que nessa modalidade de investimento não há cobrança de imposto de renda sobre os ganhos para pessoas físicas.

Por fim, a reserva de emergência sempre terá a finalidade de utilização dos recursos no curto prazo. Sendo assim, aplicações com baixas taxas de administração e liquidez de resgate diário sempre serão recomendados para esse objetivo.

Tenhamos em mente que a Selic vai subir no curto prazo. Isso é um fato. Só teremos que observar como e de que forma será esse movimento e o quanto conseguirá conter a inflação no Brasil nos próximos meses.

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