Foto: Marcelo Andrade/Arquivo/Gazeta do Povo| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

O início da segunda quinzena de setembro promete ser repleto de novidades. Já nesta segunda-feira (16) presenciamos uma das maiores altas diárias do preço do petróleo na história após a commodity subir quase 15% em função do ataque sofrido no último sábado (14) por uma das maiores companhias do setor, na Arábia Saudita. Como consequência desse fato, as ações da Petrobras avançaram quase 5% no dia. No entanto, fatos como esse apenas evidenciam as incertezas que o mercado passa diante de tantos reveses que surgem no dia a dia, em especial a guerra comercial entre EUA e China. E justamente essa é uma das razões – perspectivas de impacto na economia global – que conduzirão o Federal Reserve (Banco Central dos EUA) a cortar novamente, nesta quarta-feira (18), a taxa de juros do país, o que já vem causando impacto sobre outros dos principais bancos centrais pelo mundo.

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Aqui no Brasil, no mesmo dia da decisão norte americana, também é esperado novo corte na taxa de juros. Desta vez, e pela segunda reunião consecutiva, o Copom poderá reduzir em 0,5 ponto porcentual a Selic para 5,5% ao ano, o menor patamar da história no país. Os dois cortes são esperados pela maioria ampla dos analistas e economistas nos respectivos mercados. Portanto surpresas podem ocorrer, mas não são esperadas.

Dessa forma, os investimentos que seguem a taxa de juros deverão passar a conceder retornos ainda mais baixos aos investidores conservadores. A poupança, por exemplo, que rende 70% da Selic, passará a ter rentabilidade de 3,85% ao ano. Lembrando que a inflação medida pelo IPCA deverá encerrar o ano próxima de 3,5%. Ou seja, se o Comitê de Política Monetária optar por cortar a Selic novamente na próxima reunião, que ocorrerá daqui a 45 dias, em 30 de outubro, quem possui dinheiro na poupança não verá retorno algum em deixar seus recursos na aplicação mais famosa do Brasil.

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Outro ponto que ganha cada vez mais relevância é a taxa de administração de fundos de investimento, em especial para aqueles que são conservadores e visam o curto prazo. Por exemplo: se o investidor possui recursos “separados” para uma eventual reserva de emergência, esta taxa anual terá que ser a menor possível, não sendo recomendado algo superior a 0,5%. O mesmo significado podemos dar aos fundos de previdência privada. Pela perspectiva de a Reforma da Previdência ser aprovada no Senado nas próximas semanas, temos visto um grande movimento de migração para este segmento, que também é impactado pelos cortes seguidos de juros no país. Inclusive, vale ficar atento se os fundos não cobram outras taxas que acabam onerando ainda mais o investidor ao longo do tempo, como as taxas de carregamento, entrada e saída dos fundos. Recursos resgatados do FGTS desde a última sexta-feira (13) também devem ter como destino os investimentos mencionados acima.

O que parece ganhar cada vez mais relevância são as opções mais arrojadas de investimento, como fundos multimercados, fundos imobiliários e o mercado de ações, que repercutem positivamente até este ponto de 2019. Há até aqueles que buscam se aventurar em outros mercados pela mudança de cenário, mas é necessário ter em mente que a relação risco-retorno poderá ser mais elevada também.

Por fim, é importante salientar que oportunidades sempre surgirão e de acordo com as expectativas para cada cenário: atual e em curto e médio prazos. Como no Brasil falar em longo prazo é complicado diante de tantas e rápidas mudanças no cenário político, prefiro me ater aos dois primeiros. Por essa razão, busco enfatizar a procura pelo conhecimento pelo mercado de investimentos, do seu perfil de investidor e dos seus objetivos, para que possa aproveitar estas oportunidades sempre que surgirem, além de buscar mudar o hábito, pois o Brasil não será mais o país dos rentistas por muitos anos.