Os mercados internacionais recuaram forte nesta segunda-feira (27). A explicação surge das preocupações com o impacto sobre a economia global do aumento no número de pessoas infectadas pelo Coronavírus. Não à toa as ações que mais puxam os principais índices nos EUA para baixo são de empresas ligadas ao turismo, como as das companhias aéreas American Airlines, United e Delta, hoteleiras como Wynn Resorts e MGM Resorts, empresas de cruzeiros como Royal Caribbean, Norwegian e de sites onde são agendadas viagens, como o Booking.
Todos esses segmentos sofrem com a incerteza de até onde o vírus poderá se espalhar prejudicando o turismo internacional. Não há confiança sobre os dados da epidemia passados pelo Governo chinês, o que acaba trazendo grandes preocupações(até aqui as autoridades do país indicam cerca de 2.700 pessoas infectadas e 80 mortos). Vale ressaltar que esta semana seria o maior período de viagens da Ásia em função do feriado do Ano Novo Lunar na China.
Com o mercado aparentemente esticado, segundo ponderam alguns analistas e investidores, somado ao risco eleitoral que começa a se desenhar nos EUA e indicadores da economia da Alemanha, esta queda pode não parecer apenas um “espirro”. Alguns que recém chegaram no mercado de ações ainda não presenciaram fortes emoções, dado o ano de 2019 bastante positivo. O que é importante entender é que quando há incertezas e insegurança, a bolsa responde de maneira negativa. Os investidores expressam preocupação por não saber até onde, quando e qual impacto terá algum fato que possa pesar na economia global. Dessa forma, fica claro que alguns ativos sofrem, como o petróleo, que apenas nesta segunda recuou 2,5% - no mês de janeiro a baixa supera os 13%, atingindo o menor patamar desde outubro passado.
Na Europa, neste início de semana, as principais bolsas recuaram de maneira mais intensa. Só na Alemanha, o principal índice acionário caiu 2,7%, zerando os ganhos no mês e consequentemente no ano. Aqui no Brasil não foi diferente nesta segunda-feira e o Ibovespa recuou 3,3%. No entanto, diferentemente do mercado americano (onde há uma série de empresas ligadas ao turismo), temos apenas ações relevantes listadas de empresas aéreas como Gol e Azul e a CVC, no setor de viagens. Apesar da forte queda no dia, não estiveram entre as 10 principais. Por outro lado, há aqueles que acreditam que esse possa ser um bom momento de realizar compras, pensando em estratégias tanto de curto quanto para o longo prazo, aproveitando-se do momento. Fato é que no Brasil não estamos imunes à economia global (vide o número de grandes exportadoras), mas esta pode ser, sim, a abertura de uma janela interessante.
Outro ponto a destacar é a “apresentação do verdadeiro mercado” ao novo investidor, mostrando que não há uma linha reta de alta em ações e que, portanto, esse será um teste para analisar se está preparado para dias como o de hoje e se o seu perfil é compatível com a situação.
O que quero mencionar aqui é que é absolutamente impossível cravar o desenrolar dos impactos que virão. Em um momento de euforia como presenciávamos té aqui na bolsa, muitos investidores acreditavam ser grandes conhecedores do mercado de ações pela performance obtida recentemente. No entanto, o importante neste momento é manter a disciplina que sempre pregamos, estar preparado para “surfar” os momentos de otimismo e se proteger nos momentos mais pessimistas. A humildade deverá estar sempre acima de qualquer investimento - a ser realizada para colher os bons resultados no longo prazo.
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais
Doações dos EUA para o Fundo Amazônia frustram expectativas e afetam política ambiental de Lula
Painéis solares no telhado: distribuidoras recusam conexão de 25% dos novos sistemas
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast