A Caixa tem um novo presidente. Pedro Guimarães tomou posse na semana passada e logo no primeiro discurso destacou as metas de expansão para o financiamento imobiliário e microcrédito, além de também sinalizar um possível destaque para investimentos na área de infraestrutura.
No entanto, o que mais atraiu a atenção da mídia e do público geral foram as declarações de que a instituição deverá deixar as taxas do financiamento habitacional mais flexíveis, respeitando os juros de mercado. A afirmação ganhou manchetes nos jornais e muitas críticas, mas entendo a sinalização como algo positivo. A iniciativa está alinhada ao objetivo da nova equipe econômica, que mostra com frequência a intenção de romper com a política intervencionista praticada nos últimos anos.
Se levarmos em consideração as taxas atuais dos cinco principais bancos do país para a classe média, elas ficam entre 8,5% a 9,5%, somada a Taxa Referencial (TR). É importante ressaltar que este cálculo também costuma considerar o relacionamento com a instituição financeira, além do perfil e renda de consumidor.
Segundo o Banco Central, os juros médios para o segmento vêm recuando ao longo dos últimos anos como reflexo da queda na taxa Selic, que saiu de 14,25% ao ano em 2015 para 6,5% ao ano, taxa vigente desde o início de 2018. Por outro lado, consumidores alegam que o movimento ainda é tímido. As instituições financeiras, no entanto, alegam que esta taxa está condicionada à expectativa futura, dado que grande parte dos financiamentos é de longo prazo.
Aumento da concorrência
Com a sinalização do novo presidente da CEF, o que se espera é um aumento da concorrência, inclusive com a entrada de novos players no segmento. O movimento elevaria a competição no mercado e criaria um ambiente propício de “briga” pelo consumidor, seja via taxas e/ou serviços oferecidos. Além disso, com a perspectiva do ajuste fiscal no país, passando pela Reforma da Previdência, a expectativa é que possamos vislumbrar taxas mais baixas para o financiamento imobiliário ainda no curto prazo.
Diante da crise econômica nos últimos anos e a insegurança jurídica, as construtoras e incorporadoras que atuam no segmento de média e alta renda sofreram graves consequências. O segmento registrou drástica redução no número de lançamentos e os estoques ainda permanecem elevados, o que obrigou muitas empresas a promover um replanejamento financeiro. No entanto, a expectativa é que, com o novo governo, a regulamentação, por meio de lei, do distrato imobiliário implementada em dezembro, reaqueça o mercado e produza bons números para o segmento e o país.
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