| Foto: BigStock

Como estamos na reta final para a virada do ano, muitos gostariam de saber quais os melhores investimentos para o ano que entra. Dentro de uma série de artigos que irei escrever ao longo das próximas semanas sobre o tema, começarei com o “pé trocado” e vou enumerar, na minha visão, quais os piores investimentos para 2020. Aqui, considero apenas aplicações financeiras e incluo produtos como títulos de capitalização, entre outros - que não considero investimentos.

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Se levarmos em consideração a previsão de que a taxa Selic, a taxa básica de juros do país, ficará em 4,5% ao ano por todos os meses do próximo ano - já contando com o corte de 0.5 p.p. na próxima quarta-feira (11) - , podemos ter uma previsibilidade maior do que em anos anteriores, que (por uma série de circunstâncias) ou foi elevada ou teve cortes consecutivos.

Outro ponto que gostaria de ressaltar tem relação com o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que alguns não consideram aplicação financeira mas que, com a possibilidade de resgate proposta pelo governo, podemos considerar - no mínimo - como um custo de oportunidade no período em questão.

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Com as mudanças de lei, o retorno do FGTS em 2018 (que era de 3% ao ano somada a Taxa Referencial, nula desde meados de 2017) encerrou em 6,2% com o fundo distribuindo 100% do resultado alcançado no ano passado para trabalhadores que possuíam conta vinculada com saldo positivo em 31 de dezembro. Em 2019, com os saques sendo realizados ao longo de praticamente todo, a rentabilidade ainda é uma incógnita.

Colocados esses pontos, os piores investimentos para 2020, serão:

Número 1: a poupança

Com a taxa de juros no menor patamar da história, em 4,5% ao ano, a mais tradicional das aplicações financeiras irá render 70% deste número e, portanto terá um retorno pífio, próximo de 3,2%.

Se considerar que a inflação deve encerrar 2019 com alta de 3,8%, fica claro que o poupador não terá ganho algum. Ao contrário, terá uma perda de real de 0,6% se o IPCA se mantiver nesta faixa para o próximo ano.

São mais de 100 milhões de brasileiros que permanecem com estes recursos e desconhecem as possibilidades de obter um retorno superior e com baixo risco, como nos títulos do Tesouro Selic, por exemplo.

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Número 2: fundos de Previdência Privada com altas taxas cobradas

Como se sabe, altas taxas “comem” a rentabilidade do investidor ao longo do tempo e ´prejudicam tanto aqueles que visam tanto o curto, quanto o longo prazo.

Com a Selic em 4,5% ao ano, fundos de previdência passivos (aqueles em que o gestor não interage ou capta boas oportunidades no dia a dia) com taxas acima de 1% ao ano, somadas as taxas de carregamento devem reportar retornos muito ruins. Como nessa modalidade ainda há a possibilidade de cobrança de taxas de entrada e saída por parte das instituições financeiras, o resultado deve ser ainda pior.

Dessa forma, fica claro que realizar boas escolhas se torna primordial para atingir seus objetivos e selecionar bons fundos de previdência, ativo deve ser a opção para ter um futuro mais promissor.

Número 3: CDBs de bancos tradicionais

Com o surgimento e, diria, até forte crescimento das plataformas digitais, ficou mais fácil a comparação entre melhores e piores aplicações financeiras a realizar. Nesse caso, os tradicionais CDBs entram no rol do pequeno investidor. Como nos grandes bancos, para pequenos investidores, as taxas oferecidas estão próximas a 70% a 80% do CDI, é nítida a diferença do retorno para quem aplica em CDBs de bancos médios e pequenos.

Contando com a garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), estes sugerem taxas de 105% a 130% do CDI para prazos que podem variar desde a liquidez diária até 2 ou 3 anos de vencimento. Apesar do desconhecimento por grande parte do público, há boas opções nessa modalidade, disponível diariamente para aquisição.

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Número 4: fundo referenciado DI com altas taxas de administração

Assim como nos fundos de previdência, as altas taxas cobradas pelos fundos conservadores (referenciado DI) acabam por prejudicar a rentabilidade do investidor.

Recentemente vimos alguns movimentos nas redes sociais de especialistas que sugeriam aos fundos cobrarem taxas menores de seus cotistas. Alguns chegam a taxar em cerca de 4% ao ano, o que neste momento não faz sentido algum. Os Referenciados DIs são fundos passivos que aplicam em ativos, em grande parte do governo, e que, portanto, apresentam retorno próximo a taxa de juros. Com a Selic caminhando para 4,5% ao ano, taxas acima de 0,5% devem ser desprezadas e o deve investidor buscar outras alternativas no mercado.

Superadas as aplicações ruins, nas próximas semanas vamos abordar o que poderemos ter de melhor no mercado para 2020.