Nesta segunda-feira (26), o mercado nacional conheceu pela primeira vez um ETF (Exchange Traded Funds) de criptomoedas. Na realidade, o Brasil é um dos poucos países a disponibilizar este tipo de ativo para seus investidores. O HASH11 (seu código de negociação) teve seu dia de estreia fechando em alta de 12,9% e com quase 75 mil negócios na Bolsa brasileira, a B3. Neste aspecto, é interessante compará-lo com o BOVA11, ETF que segue a variação do índice Bovespa, o mais conhecido na bolsa nacional e apresentou menos de 45 mil negócios.
Antes de falarmos mais sobre o ativo em si e suas características, é importante tratarmos do mercado de criptomoedas. Depois de vermos fortes altas no Bitcoin até o final de 2017, o assunto esfriou até quase o final de 2020, voltando com tudo à mídia por conta das fortes altas desde então.
O mundo de criptos ainda é um pouco nebuloso, difícil de entender para muitos, mas tem trazido ótimo retorno aos investidores ao longo do tempo. Só no último ano, para se ter ideia, tivemos alta de mais de 10.000% em Dogecoin, 1.100% em Ethereum e 555% em Bitcoin. Tudo isso enquanto o S&P500 (principal índice da bolsa dos EUA) subiu 48%.
Se olharmos para um horizonte mais longo, o Bitcoin já chegou a subir em anos fechados como 2011, 2013 e 2017, números estrondosos como 1.473%, 5.507% e 1.331%, respectivamente. Por outro lado, em anos de queda, como 2014 e 2018, vimos o ativo se desvalorizar 58% e 73%, respectivamente, o que mostra os riscos de alta variação nos preços. Em termos de valor de mercado, já passamos de 100 criptos com valores acima de US$ 1 bilhão.
É devido a todo esse desemprenho o sucesso do lançamento do primeiro ETF de criptos no Brasil, onde mais de 30 mil investidores participaram da oferta. O HASH11 espelha um índice de criptomoedas da Nasdaq (Nasdaq Crypto Index), bolsa de tecnologia nos EUA. Ele tem seis ativos nessa primeira versão e isso poderá variar à medida que o mercado se desenvolva. Ademais, esse índice é rebalanceado a cada três meses e sua ponderação será pelo valor de mercado.
O entendimento da tecnologia que está por trás de cada ativo e seus riscos inerentes são aspectos muito discutidos. A volatilidade adicional em sua negociação se dá justamente pelo desconhecimento, em grande parte, destes dois temas. Mais um ponto de observação é o fluxo de notícias que vem “pipocando”: como governos buscando desautorizar a negociação de criptomoedas em seus respectivos países e eventuais taxações de ganho de capital ou cobrança de impostos sobre os ativos.
Entretanto, como se vê, o mercado de cripto já é uma realidade e não podemos nos privar de informações e conhecimento sob nenhum aspecto. Também não se admite preconceito contra determinadas aplicações financeiras e investimentos. Por exemplo, um dos maiores bancos do mundo, o JP Morgan, anunciou, também nesta segunda-feira, que dará a seus clientes opções para investir em fundos de Bitcoin. Aqui no Brasil, outros fundos também já vêm mudando seus estatutos para aplicar nessa modalidade. Empresas nacionais e internacionais também tem comprado criptomoeda para utilização em seus negócios e/ou tesouraria. Está escancarado que este mercado só tende a crescer. Quem irá acompanhar esta história é outra discussão.
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