Entra semana, sai semana e o dólar continua instável, com o real cada vez mais desvalorizado, muito em função, como já venho falando há algum tempo, das incertezas macroeconômicas causadas pela proximidade das eleições presidenciais no Brasil, além de fatores externos.
Prova disso é que, nos últimos meses, a moeda norte-americana saltou de um valor aproximado de R$ 3,50 para R$ 4,20 (semana passada). Isso sem falar que neste período atingiu o patamar de R$ 4,22, recorde histórico da era pós-Plano Real, iniciada em 1994.
Neste cenário nebuloso, muitas pessoas têm me perguntado se vale a pena investir e, mais do que isso, quais seriam as melhores opções de curto, médio e longo prazos.
A resposta para a primeira pergunta é mais simples. Sim, há algumas opções boas e rentáveis. Já o segundo questionamento é mais complexo e merece uma ampla reflexão baseada nos objetivos de investimentos que pretende realizar.
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Dentro do segmento de renda fixa, modalidade mais conservadora e, portanto, comum entre a maioria dos brasileiros, há alguns produtos que se destacam.
Para quem quer investir a longo prazo, por exemplo, os títulos de renda fixa do Tesouro Nacional atrelados à inflação são uma boa opção. Imaginando uma aplicação com resgate para 2024 e se protegendo contra uma eventual elevação do IPCA no período, certamente esse investimento poderá gerar bons rendimentos futuros.
Já quem não pode esperar alguns anos e segue dentro desse perfil conservador, com possibilidade de resgate em 2 ou 3 anos, a dica é procurar os CDBs ou Debêntures de infraestrutura também atrelados ao IPCA.
Nestes casos, é importante lembrar que a oscilação da moeda norte-americana reflete diretamente na inflação, tanto no curto quanto no médio prazo, em especial neste último. Ou seja, o seu rendimento poderá sofrer reajustes (para o bem ou para o mal a depender dos programa econômico do presidenciável eleito).
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Para os investidores mais experientes, os fundos multimercados são boas apostas, pois permitem aos gestores realizarem aplicações em taxa de juros, câmbio e ações, seja no Brasil ou no exterior. Há um grande leque de opções que podem ser avaliadas e escolhidas a qualquer momento, adequando-se aos diferentes cenários e desafios econômicos. Se você se enquadra neste perfil, a dica é estar sempre muito bem informado sobre política e economia, bem como em relação aos produtos que fazem parte de sua cesta de aplicações.
Além disso, é fundamental ter uma boa e confiável assessoria de investimentos, visto que será ela quem vai monitorar e olhar os caminhos que impactarão diretamente no seu bolso. Dessa forma, conversar com profissionais do mercado e/ou acompanhar vídeos e análises pelas redes sociais pode ser um bom caminho para estar por dentro das melhores oportunidades.
Os investimentos de renda variada atrelados ao mercado de ações devem ser evitados. Como as principais empresas indexadas ao dólar já tiveram grande crescimento nos preços de seus ativos ao longo dos últimos meses, agora a melhor recomendação seria aguardar.
A essa altura você deve estar se perguntando: e as opções de investimentos atrelados diretamente ao dólar? Trata-se uma questão bastante difícil de responder neste momento. Há uma grande variedade de fundos cambiais por exemplo, mas o problema é que fazer um aporte desses, agora, é como jogar na loteria e isso não pode ser indicado por qualquer especialista. O seu dinheiro poderia ficar “preso” à variação do câmbio, cujo valor está R$ 4,15 e, daqui um mês, dependendo de quem se tornar presidente, pode cair para R$ 3,50 ou subir para cerca de R$ 5. Complicado, não é mesmo?
Comprar o dólar físico também não é uma boa decisão agora, a não ser que seja uma necessidade – uma viagem para o exterior, por exemplo. Do contrário, evite, pois a expectativa é de que a moeda norte-americana continue oscilando pelo menos até o final do segundo turno das eleições ao final de outubro.
Não posso negar, porém, que para o leitor que acredita na vitória de um candidato populista ou de centro-esquerda, investir no dólar poderia, sim, ser uma boa opção, uma vez que, neste cenário, há espaço para a moeda norte-americana se valorizar ainda mais, gerando boa rentabilidade no futuro.
Agora você já sabe quais são as melhores opções para investir mesmo com a insegurança causada pela alta do dólar. Avalie suas necessidades e faça sua escolha. Mas, lembre-se: vote consciente, pois as decisões do próximo presidente impactarão diretamente no seu bolso.
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