Todo investimento tem risco, é fato! Ou alguém não se lembra ou não conhece a história do confisco da poupança, no início dos anos 90, na era Collor? Como acredito que essa é uma questão pujante daqueles que estão engatinhando neste universo, é importante ressaltar algumas variáveis a respeito de investimentos, a começar pelo mercado de renda fixa. Claro que não podemos desconsiderar a existência do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), uma entidade privada, sem fins lucrativos, responsável pelo socorro a correntistas, poupadores e investidores em caso de falência da instituição financeira em que um indivíduo detém recursos.
O FGC foi criado pelos próprios bancos para proteger os correntistas. Todos os bancos direcionam um pequeno percentual de seus depósitos para o FGC e esse recurso é usado como um seguro. Investimentos em renda fixa como CDB, Letras de Crédito Imobiliária (LCI) e do Agronegócio (LCA), Poupança, Letras de Câmbio e Letras Hipotecárias contam com essa proteção.
Os riscos da renda fixa
No âmbito dos ativos em renda fixa, podemos afirmar que há quatro tipos de risco: de crédito, de mercado ou de oscilação de taxa de juros, de liquidez e operacional. O primeiro ocorre quando o emissor do título não consegue honrar o compromisso que assumiu com os investidores e dá o famoso calote. Isso, obviamente, acontece não apenas no mercado dos investimentos, como no mundo corporativo como um todo.
Quando se fala em risco de mercado, vou focar minha análise apenas nos títulos do Tesouro Direto. Conforme colocado no início deste artigo, estes também possuem riscos. Por ser um ativo emitido pelo Tesouro Nacional, ou seja, pelo Governo Federal, os riscos de calote diminuem significativamente e podem ser considerados os menores do mercado. No entanto, como recomendamos para grande parte do público, é importante o investidor conhecer as características básicas deste investimento dados os riscos de sair antecipadamente dos títulos do Tesouro Prefixado e IPCA e ver seus recursos diminuírem a medida que o ciclo de juros possa prejudicar a performance. Por essa razão, recomenda-se levar esses títulos até os respectivos vencimentos.
No terceiro tipo, quando se coloca o risco de liquidez, podemos falar no segmento como um todo. Muitos investidores entram neste mercado sem conhecimento de que diversos ativos podem não ter liquidez diária, ou seja, que não conseguirão resgatar os recursos imediatamente às suas necessidades. Outro ponto é que pode não haver liquidez de mercado para vender aquele ativo em carteira. Como exemplo mais específico, podemos citar o mercado de debêntures, em que nem todas tem negociações diárias. Uma sugestão é recorrer às mesas de operações das instituições financeiras, mas, nesse caso, pode haver a necessidade de pagamento de multa caso o investidor queira de fato seus recursos em conta corrente o mais breve possível.
Por fim, citamos os riscos operacionais. Aqui, podemos usar como exemplo o investidor que solicita à mesa de operações ou de atendimento das instituições para que compre determinado ativo com seu dinheiro em conta, mas “a outra ponta” comete um erro e compra outro por engano.
Os riscos da renda variável
Já no mercado de renda variável, no qual estão incluídos ativos como ações, fundos imobiliários, contratos futuros, entre outros, os riscos são mais elevados. Por se tratar de um mercado em que o retorno não pode ser garantido, como o próprio nome diz, os ativos possuem outra dinâmica em relação aos de renda fixa. Nesse caso, os riscos podem ser de mercado, liquidez e corporativos e não contam com a garantia do FGC.
No segmento de ações simples, por exemplo, sugeriria que o investidor acompanhe pelo menos uma vez por semana a cotação das suas ações em carteira, além de se manter em dia com notícias corporativas que podem envolver especificamente os ativos que a compõem, minimizando assim eventuais riscos de perda.
Por razões claras, há uma correlação de risco-retorno que deve ser levada em consideração antes de iniciar nesse mercado. Para se ter ciência, em 2019, dentre as ações que compõem o Ibovespa, a JBS acumula alta de mais 110% no ano, enquanto as ações da Gafisa recuam 55%. Isso mostra como cada ação possui uma dinâmica própria na bolsa, relacionada com o seu setor ou derivada de notícias da economia e da política do Brasil e do exterior.
Por fim, nos fundos imobiliários (FII), inseridos no mercado de renda variável apesar dos recebimentos mensais por parte dos cotistas, é possível colocar como principais riscos (além dos já comentados) as características do setor de atuação e o nível da taxa de juros do país. No primeiro caso, por causa da ciclicidade do segmento, enquanto no segundo em decorrência do momento e da expectativa da Selic para o Brasil, o que acaba por repercutir nos ativos como um todo.
Reforço: todo investimento tem risco. Negar essa possibilidade é o mesmo que estar na contramão de qualquer ensino de educação financeira básica.
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