| Foto: Reprodução/Facebook
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A pergunta que mais recebo no dia a dia, seja de antigos ou de recém-iniciados investidores, é em relação à possibilidade de encontrar uma "nova Magalu" na Bolsa, ou ações do Magazine Luiza para os que desconhecem sua vida no mercado de ações. E por que essa seria a questão mais levantada? Para se ter ideia, a empresa abriu capital (ou seja, realizou seu IPO, a oferta pública inicial) em maio de 2011 e desde então, valorizou-se 4.170% em dados atualizados. Se passarmos a números correntes, quem investiu R$ 10 mil à época, hoje teria R$ 427 mil. Para fins de comparação, as ações das Lojas Americanas, uma das principais concorrentes, valorizaram 400% no mesmo período.

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E como ocorre tal façanha? Respondendo de maneira objetiva e direta: por uma série de razões e reestruturações nas partes operacionais e de negócios que transformaram a empresa em uma potência do setor varejista e do business online no país. A indicação do Magazine Luiza como exemplo para discorrer sobre o tema é proposital, pois mostra que investir de maneira consciente e com disciplina pode nos trazer lucros relevantes, mesmo que ainda longe do nível da Magalu (além do que, é importante deixar claro que, diferentemente dos acionistas controladores, é raro encontrarmos pequenos investidores que estão desde o início no ativo de tamanha valorização).

Novos cometas?

Nos últimos meses, investidores estão debruçados sobre a possibilidade de a Via Varejo ser este tão buscado "cometa", mas se esquecem de um fato: uma empresa é feita de pessoas, estratégias, entre outros fatores que podem ter como consequência resultados diferentes. Não estou aqui para dizer que a Via Varejo não será a "nova Magalu", mas para ressaltar que a história pode ser diferente e que ela pode ou não ter números similares na bolsa - ainda que eu considere muito difícil de o desempenho se repetir, independentemente de as empresas fazerem parte do mesmo segmento.

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Para os que estão acompanhando esta história, apenas em 2020, as ações da Via Varejo se valorizam 65% ante 70% das ações da chamada Magalu. Ou seja, mesmos setores, mas histórias distintas, sendo uma já consolidada e em franca expansão, e outra buscando um processo de transformações que parece estar em curso, ao menos é o que indica toda essa expectativa sobre ambas.

Se puxarmos um pouco da história recente (mais precisamente em 2019), vimos as ações de Via Varejo subirem 154% ante 112% de Magazine Luiza. No momento especial em que vivem, em decorrência da pandemia que trouxe à tona a importância das empresas do mundo digital, se contabilizarmos o desempenho de 23 de março (data da mínima do Ibovespa no ano), a VVAR3, que é o ticker de negociação da Via Varejo na bolsa, avança estupendos 314% ante a fortíssima alta de 168% de Magalu e de 57% do principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa.

Mas, não são apenas estas duas que chamam a atenção em 2020. Outras companhias do segmento de varejo online também mostram sua força, como as ações de B2W (+90%) e Lojas Americanas (+32%). Ainda no mercado de tecnologia - ou mais precisamente do e-commerce, que tem chamado tanto a atenção nestes últimos meses, em função das demais varejistas estarem impedidas de abrir suas lojas em sua totalidade (apenas algumas unidades físicas estão reabrindo e isso varia muito de região para região onde estão localizadas), - a gestora Brasil Capital criou e passou a monitorar o que batizou de Índice BC tech Brasil, composto por empresas listadas no Brasil e nos EUA com relevância operacional no mercado. Esse índice mostrou uma valorização de 41,2% nos primeiros seis meses do ano, enquanto o Ibovespa recuou 18,5% no período. Isso mostra que a crise atual está acelerando tendências ou pelo menos proporcionando vantagens competitivas em meio a pandemia.

Claro que não são apenas estas empresas (ou este segmentos) que estão performando bem desde o final de fevereiro. Poderíamos listar outras tantas não inseridas no setor, como Locaweb (Tecnologia), Banco BTG Pactual (financeiro), Petrorio (óleo e gás), Gol (aviação), CVC (turismo) e JHSF e Helbor (construção civil). Todas avançam próximo ou além de 200% desde então.

Importante repetir, como mencionei acima, que cada empresa tem sua história e seu momento, com decisões sendo tomadas por pessoas. Para o investidor, deixaria o recado de traçar sua estratégia, definir percentuais de ganho que lhe deixem satisfeito com sua posição e não definir algo que já passou como referência. No decorrer dos anos saberemos quem acertou e por quais razões, mas tenha humildade a todo tempo: você não é o senhor da razão, mas é o senhor da disciplina que terá no longo prazo.

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