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Com novembro encerrado, as aplicações em ativos de renda variável (como ações, fundos imobiliários e até o dólar) seguem com as melhores rentabilidades no país - não apenas no mês, mas no ano como um todo. O Ibovespa - principal índice da bolsa brasileira - fechou novembro com retorno positivo de 0,53%.

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O cenário se repete em diversos subíndices. O Small Cap (composto por empresas de menor capitalização) avançou 4,7% no mês e atingiu a marca de 36% no ano. O IDIV (indicador do desempenho médio das cotações dos ativos que se destacaram em termos de remuneração aos investidores - sob a forma de dividendos e juros sobre o capital próprio) também avançou: 1,93%, apresentando alta de 28,1% no ano. O IFIX (indicador do desempenho médio das cotações dos fundos imobiliários negociados nos mercados de bolsa e de balcão organizado da B3) também seguiu a tendência positiva dos meses anteriores e subiu 3,1% no mês e 19,3% em 2019 até aqui.

Por outro lado, no segmento de renda fixa, com a queda da taxa de juros, o Tesouro Selic rendeu apenas 0,38% e a poupança apresentou rentabilidade pífia de 0,29% no mês. Com a perspectiva de novo corte pelo Comitê de Política Monetária (Copom) neste mês, com a Selic passando para taxa de 4,5% ao ano, esses números tendem a ser ainda menores ao longo dos próximos meses.

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Por fim, o dólar, considerado por alguns como aplicação financeira, apresentou o maior movimento em novembro e fechou com alta de 5,1%. Quando cito que apenas alguns adotam essa classificação para a moeda norte-americana é pelo fato de que esse retorno pertence apenas àqueles que possuem reserva em moedas. Já os que aplicam em fundos cambiais não necessariamente tiveram o mesmo rendimento, dadas as taxas e a composição dos fundos, que em grande parte não é formada 100% por dólares.

Dessa forma, o que se vê é que a bolsa nacional deverá fechar no azul pelo quarto ano consecutivo - a não ser que algum fato relevante e grave possa estourar uma crise nas próximas semanas. Como se trata do mercado de renda variável tudo é possível, mas a probabilidade de ocorrer é irrisória no curtíssimo prazo.

Para se ter ideia, o Ibovespa encerrou 2016 com alta de 38,9%; em 2017 o número foi de 26,9%; 15% em 2018 e 2019 está positivo em 23,2%. Sendo assim, nos últimos 48 meses o retorno é de 136%! Mesmo com essa performance e com as perspectivas de juros baixos no cenário econômico, tenho visto e lido sobre o ceticismo de aplicar no mercado de ações.

Oras, se realizado com objetivo, clareza, disciplina e pequeno capital, não há razão para tamanho alarde. No entanto, ainda vivemos, em parte, no mundo daqueles que desejam ganhar o tal 1% ao mês em aplicações conservadoras. É por essa razão que tenho falado tanto em um um choque cultural que devemos ver apenas com o tempo no nosso país. Por enquanto, é obrigação de todo analista ou especialista de finanças seguir informando com imparcialidade e recomendando ativos de acordo com o perfil pessoal de cada um.

É hora de pensar 2020

E por falar em sugestões de alocação de investimentos, dezembro é um dos melhores momentos, na minha visão, para estudar o cenário e suas perspectivas. No horizonte, vale destaque para a expectativa da permanência da taxa Selic em 4,5% ao longo de todo 2020 e de uma maior previsibilidade para a economia do país. Por outro lado, há um cenário externo cheio de emoções (em especial com a guerra comercial em curso e as eleições presidenciais nos EUA) e será necessário acompanhar seus desdobramentos no dia a dia, mensurando seus impactos nos países emergentes, entre eles o Brasil.

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No mais, serão divulgadas -agora em dezembro- dezenas de cartas, vídeos e outros conteúdos nas redes sociais sobre as expectativas para 2020. Como em todos os anos, veremos análises antagônicas, mas sigo com uma visão otimista, dados os bons resultados colhidos nos meses recentes na bolsa brasileira e vejo potencial para o mercado de renda variável seguir positivo no curto e médio prazos.