Na semana que passou, muita gente foi surpreendida com a rentabilidade negativa, em alguns casos, de ativos extremamente conservadores. Matérias na imprensa também vêm informando sobre o ocorrido. Além disso, nesse momento temos o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, recuando 2,4% no mês e 16,1% no ano. Não menos importante, vemos o IFIX, principal índice de fundos imobiliários do mercado nacional avançando 0,2% em setembro. Nos títulos do Tesouro Direto, foi informado, com dados do encerramento de julho, que alguns ativos naquele mês apresentaram retorno de 14,8% como o Tesouro IPCA cujo vencimento será em maio de 2045. No campo dos benchmarks, além dos comentados acima, ainda temos aqueles de inflação medidos pelo IGP-M, que deve avançar, segundo estimativas de mercado, mais de 15% em 2020 e preocupa aqueles que adquiriram imóveis em construção. E o que quero exatamente dizer com todas essas informações? Que todos os investimentos, sem exceção, envolvem riscos. Alguns maiores, outros mais baixos. E é por esta razão que aparece o especialista falando da importância da diversificação.
Era março de 1990. E houve o confisco da poupança. Nossos pais e/ou avós lutam por receber estes valores até hoje. Afirmo isso pois há aqueles que discutem a isenção de risco para colocar seu dinheiro na aplicação mais conservadora que existe em nosso país. É tudo uma questão de relação risco-retorno. A velha máxima diz que “quanto maior o risco, maior deve ser o retorno esperado pelo investidor”. E não que ele receberá de fato por ser mais ousado.
Quando se discute o perfil de qualquer investidor, costumo falar que isto é especifico para cada pessoa, dado inclusive os objetivos da utilização daqueles recursos. Dessa forma, se você é conservador, moderado ou agressivo só vai descobrir isso na prática, na medida em que suas aplicações forem ficando mais arrojadas e analisando se teria “estomago” para eventuais perdas. É de importância fundamental que tenha conhecimento disto para realizar aplicações em produtos que condizem com a sua realidade. Se uma pessoa conservadora pode comprar ações? Claro que sim, contanto que este valor seja cerca de 2% a 5% da sua carteira de investimentos e ela não venha a “sofrer” demasiadamente por eventuais desvalorizações de parte da sua carteira. Se aquele que detém perfil arrojado pode ter um % grande em aplicações conservadoras? Claro que sim, porque do outro lado terá um % do capital em ativos de risco até excessivo. É natural que se busque diversificação para atingir seus objetivos.
Nos últimos meses, em tempos de pandemia, muitos investidores buscaram por informações sobre o porquê da alta do ouro, que aliás sobe 25% no ano até aqui. Isso ocorre justamente pela diversificação e pela busca de algo que tenha valor real, dadas as devidas preocupações com o momento que atravessamos. Muitos investidores também buscam ter uma boa parte da carteira em ativos “dolarizados” pela importância mundial que tem a moeda norte-americana. Não à toa, também pelo momento, esta apenas não é rentável se comparada a moeda chinesa, quando se trata de moedas de mercados emergentes. No caso de Brasil, Turquia, Argentina, México, Índia e Chile, as moedas se desvalorizam, sendo que em alguns casos chega a números próximos de 30% apenas em 2020 como o Real, as moedas dos nossos vizinhos e da Turquia.
Dessa forma, fica cada dia mais claro a importância da diversificação, seja com ações, ativos de renda fixa, fundos imobiliários ou imóveis, moedas, fundos multimercado, entre outros. É certo que deve ser confuso para o pequeno investidor, aquele que está iniciando, tomar decisões próprias sem o devido conhecimento. Mas por esta razão que sempre menciono a importância de entrar aos poucos neste mundo e analisar aquele investimento que esteja mais adequado ao seu perfil e objetivos. Para isso temos grandes referencias nas redes sociais e/ou assessores de investimento que poderão auxiliar nesta caminhada.
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