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Na última sexta feira (17), o dólar superou a marca de R$ 4,10, o que não ocorria desde o final de setembro de 2018, no período pré-eleitoral. Após superada esta fase, grande parte do mercado previa uma queda na cotação do câmbio em função das perspectivas econômicas e políticas para o país. No entanto, ao longo dos últimos dias, isto não tem ocorrido e neste momento a projeção para o crescimento do país beira apenas 1%, ante quase 3% das previsões anteriores, enquanto o cenário político é bastante conturbado.

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Além destes fatores internos, discussões comerciais envolvendo grandes potências mundiais, como EUA e China, e um possível aumento da taxa de juros norte americana, tem levado o dólar para seu valor máximo neste governo Bolsonaro.

Para conhecimento, o dólar já chegou a bater R$3,65 no início de fevereiro e, desde então, a escalada de mais de 12% fez com que a moeda americana chegasse ao patamar atual. Apenas em maio, o Real se desvaloriza 4%. Como mencionado anteriormente, esta não é apenas uma crise interna, dado que outras moedas de países emergentes, como México, Chile e China, também se desvalorizam no mês. No ano, o peso argentino recua 20% e a lira turca 14%, em função da somatória de fatores internos e externos. A moeda brasileira fica na terceira posição como a mais desvalorizada em 2019, no entanto, no mês, é a que mais sofre dentre todas elas.

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Com mudanças sendo discutidas no projeto da reforma da Previdência, continuidade de discussões de membros da base aliada do governo em redes sociais, manifestação de rua marcada por apoiadores de Bolsonaro para o final do mês, a revisão de PIB para baixo e o desemprego ainda muito elevado não trazem prognósticos muito animadores para o país no curto prazo.

Portanto, para quem vai viajar, em especial nas férias de julho, a principal recomendação é que inicie a compra de dólares ainda neste final de maio. A sugestão, e acredito que de forma unânime em todo o mercado, é que a compra deve ser fracionada, ou seja, em partes.

Como o dólar pode variar por diversas razões, como as citadas acima, é razoavelmente nítido que a leitura para as projeções fica cada vez mais complexa. Desta forma, para minimizar impactos que o câmbio e consequentemente seu bolso possam sofrer, a indicação seria comprar ou quinzenalmente, ou mês a mês, até que atinja o valor a ser utilizado em sua viagem. Vale lembrar que pela legislação, gastos no exterior utilizando o cartão de crédito somam mais 6,38% na conta final.

Programação para o final do ano

Por outro lado, aqueles que têm uma viagem programada apenas para o final do ano podem se organizar melhor e, consequentemente, ter uma despesa menor. Mesmo com todo cenário conturbado de curto prazo, há a expectativa para aprovação da reforma da Previdência no 2º semestre do ano.

Entretanto, com o Congresso querendo ser protagonista no tema, é necessário aguardarmos se de fato a proposta de emenda constitucional (PEC) for aprovada, se terá consistência ou não para o ajuste das contas públicas necessárias ao país. Isso será determinante para os economistas realizarem projeções de crescimento, taxa de juros, inflação e câmbio para os próximos períodos. Mas e os embates políticos envolvendo o presidente Jair Bolsonaro, deputados e até mesmo seus aliados? Estes também são outros temas de suma importância e que deveremos acompanhar o desenrolar para acompanharmos o impacto no mercado como um todo.

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De fato, estamos enfrentando um momento que, infelizmente, parece ter virado comum na vida do brasileiro, com uma situação política ruim e economia caótica trazendo pouca previsibilidade e, por consequência, confiança, o que é determinante para a evolução econômica. No entanto, algumas resoluções, como a reforma da Previdência como principal, poderão trazer novas sinalizações. Aguardemos as cenas dos próximos capítulos.