Donald Trump venceu as eleições. Não foi uma simples derrota do Partido Democrata. Foi uma gigantesca vitória eleitoral e política de alguém que foi alvo de uma perseguição inédita na democracia americana. Além de conseguir a maioria dos votos no colégio eleitoral, Trump ganhou no voto popular. É a primeira vez que isso acontece desde 2004, quando George W. Bush foi reeleito. Mas essas eleições significaram muito mais: o Partido Republicano conseguiu o controle do Senado e da Câmara dos Deputados. A Suprema Corte americana já tem maioria de juízes conservadores. Isso coloca nas mãos de Donald Trump um poder inédito e causa um colapso nervoso na esquerda.
A reação da esquerda brasileira não é muito melhor. O jornalulismo brasileiro – a palavra é essa mesma – entrou em transe. As capas de algumas revistas parecem ter sido criadas por algum agente de Nicolás Maduro ou dos aiatolás iranianos. A razão da histeria é óbvia: a esquerda chora porque teme que Trump faça o que ela – a esquerda – faria se estivesse no lugar dele.
Tendências, movimentos e eventos que acontecem em solo americano tendem a se repetir, algum tempo depois, em nossa terra. Em 2016 os Estados Unidos elegeram Donald Trump; em 2018 foi a vez de o Brasil eleger Jair Bolsonaro
Um observador cuidadoso não demora a perceber inúmeras coincidências entre a história recente dos Estados Unidos e a do Brasil. Tendências, movimentos e eventos que acontecem em solo americano tendem a se repetir, algum tempo depois, em nossa terra. Em 2016 os Estados Unidos elegeram Donald Trump; em 2018 foi a vez de o Brasil eleger Jair Bolsonaro. Durante a pandemia tanto a esquerda americana quanto a brasileira utilizaram as mesmas mentiras e narrativas para atacar, e tentar retirar do poder a qualquer custo, o presidente. Em 2020 Trump perdia as eleições para Joe Biden em meio a um intenso debate sobre a propriedade e legalidade de alguns procedimentos de votação. Em 2022 foi a vez de Bolsonaro perder a eleição, em meio a um conjunto de circunstâncias semelhantes a dos EUA ou, sob certos aspectos, até piores.
No dia 6 de janeiro de 2021, uma manifestação realizada em frente ao prédio do Capitólio, em Washington DC, saiu de controle e resultou em depredação. Quase exatamente a mesma coisa aconteceria em Brasília um ano depois, em 8 de janeiro de 2022. Os mesmos termos usados pela mídia americana para descrever os invasores do Capitólio foram usados pela mídia brasileira para descrever os manifestantes de Brasília.
Donald Trump e Jair Bolsonaro enfrentaram, ou ainda enfrentam, acusações assustadoramente similares de estimular, promover ou liderar um golpe de Estado, muito embora, tanto no caso americano quanto no caso brasileiro, fosse notável a ausência de tropas militares ou até de civis armados, o que – como ensinam a história e a lógica – costuma ser um elemento imprescindível em qualquer tentativa de tomada do poder.
Tanto Donald Trump quanto Jair Bolsonaro se tornaram alvos de ativismo judicial e réus por acusações que desafiam a credulidade. Bolsonaro foi investigado por ter se aproximado demais de uma baleia. Donald Trump foi acusado de usar dinheiro de campanha para pagar pelo silêncio de uma atriz, em um exercício de ficção jurídica promovido por um promotor da extrema esquerda. Trump e Bolsonaro enfrentam processos por terem feitos questionamentos sobre eleições. Mas questionar eleições nunca foi crime no Brasil. Nem nos EUA: nas eleições presidenciais americanas do ano 2000 o democrata Al Gore e o republicano George Bush questionaram os resultados, sem qualquer problema. No caso de Trump, o questionamento se transformou em uma acusação criminal; no caso de Bolsonaro, em inelegibilidade.
Mas Trump está de volta, eleito de forma espetacular. É natural que as atenções se voltem para 2026. É natural que se especule se as coincidências entre Estados Unidos e Brasil se estenderão às próximas eleições presidenciais. É natural que se pergunte se o retorno de Trump significará o retorno da direita ao poder no Brasil.
A pergunta é apropriada, por uma razão evidente: aqui, como nos EUA, o governo federal é ocupado por um partido de esquerda que abraçou toda a agenda identitária, bandidólatra e narco-liberal da extrema-esquerda. Aqui, como nos EUA, o sistema de justiça foi usado como arma contra adversários políticos. Aqui, como nos EUA, a esquerda ressuscitou a censura e o banimento de adversários das redes sociais. Nesse quesito, o Brasil foi ainda mais longe, banindo a única rede que recusou a censura.
O eleitor americano disse um sonoro “não” a tudo isso e elegeu Donald Trump. O que dirá, em 2026, o eleitor brasileiro?
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