Em debate na Assembleia Legislativa nesta segunda-feira (8), o líder do governo Ratinho Junior (PSD) na Casa, deputado estadual Hussein Bakri (PSD), afirmou que o Executivo estuda adiar a retomada das aulas presenciais na rede pública estadual, prevista para o próximo dia 18, após apelo de diversos prefeitos. Bakri fez a afirmação ao responder o líder da oposição, Professor Lemos (PT), em debate sobre o projeto de lei que torna a educação atividade essencial no estado.
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Segundo o líder, a maior dificuldade dos prefeitos, no momento, seria organizar o transporte escolar garantindo o cumprimento dos protocolos sanitários, com lotação máxima de 50% da capacidade dos ônibus. “Existe um movimento dos prefeitos para adiar essa volta às aulas e eu acho correto esse movimento, muito por conta do transporte escolar. O governo está ciente desta demanda e há uma tendência de adiar mesmo essa volta, para dar tempo de organizar esse transporte. O argumento deles é bem fundamentado e nos próximos dias devemos avançar para uma prorrogação desta retomada das aulas presenciais”, disse o deputado.
O projeto de lei de iniciativa do Poder Executivo que torna a educação atividade essencial foi, mais uma vez, discutido na Assembleia Legislativa nesta segunda-feira (8). Líder da oposição, Professor Lemos (PT) usou seu tempo na tribuna da Casa para criticar a proposta “que propõe tratar a educação como essencial não para respeitar estudantes e professores, mas para obrigar que todos trabalhem de forma presencial, mesmo em situação de pandemia e sem vacina”.
Citando o exemplo do Amazonas, que tentou a volta às aulas no final do ano passado e acabou tendo que recuar pelo colapso em seu sistema de saúde. “Ao obrigar aula presencial, teremos 2,5 milhões de pessoas a mais circulando pelas cidades. E o vírus vai contagiar muito mais do que hoje, e colapsar nosso sistema de saúde”, disse o deputado do PT, que convocou audiência pública para a próxima quarta-feira (10). “Esse projeto não é de interesse público, é uma ameaça à saúde dos paranaenses. Queremos que o governo trabalhe com agilidade pela vacinação para, aí sim, podermos retomar as aulas com mais segurança”, disse.
Bakri respondeu que o projeto não obriga a retomada das aulas presenciais, o ensino remoto está garantido para quem não se sente seguro para as atividades presenciais e os municípios podem editar seus próprios decretos. “O sistema de ensino será híbrido. Não estamos obrigando ninguém a voltar para a escola. O poder de decisão será dos pais. Também não estamos obrigando os municípios. A decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) é clara e lhes dá autonomia. O município que não quiser, não tem volta à atividade presencial”, disse.
Bakri criticou, no entanto, o indicativo de greve da APP Sindicato, que representa os professores da rede estadual. “Esse indicativo de greve da APP Sindicato vem numa hora totalmente errada, na contramão do que o Brasil está fazendo. A iniciativa é muito ruim, a opinião pública está clamando pela volta às aulas. Estamos correndo o risco de uma geração que passe em branco pela escola”, concluiu.
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