Antigos aliados, Alvaro Dias e Sergio Moro devem mesmo se enfrentar nas eleições de outubro.| Foto: Reprodução / Instagram
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Ainda sem um palanque para chamarem de seu, os dois principais pré-candidatos ao Senado no Paraná tiveram importantes avanços na construção de suas alianças. Pretendem, na próxima semana - a última antes do período das convenções partidárias -, selar suas coligações para a disputa de outubro. Liderando as últimas pesquisas de intenção de voto divulgadas no estado*, Alvaro Dias (Podemos) e Sergio Moro (União) ainda precisam construir um palanque que lhes dê viabilidade eleitoral, com estrutura e tempo de televisão.

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Sergio Moro tem um encontro com o pré-candidato do PSDB ao Governo do Estado, Cesar Silvestri Filho. Ambos deixaram o Podemos após atritos com Alvaro Dias e buscaram dar continuidade a seus projetos eleitorais em novas siglas. O almoço será o primeiro encontro entre ambos desde que Silvestri trocou de partido, em janeiro. A aproximação tem tudo para se consolidar, principalmente depois que o União Brasil fechou aliança com o PSDB em São Paulo, onde indicará o vice de Rodrigo Garcia (PSDB), e caminha para fechar apoio a Eduardo Leite (PSDB) no Rio Grande do Sul.

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Tentando ganhar espaço como a “terceira via” na disputa estadual, Silvestri seria o aliado mais coerente para Moro, que também prega a ruptura da polarização, uma vez que o governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) tende a disputar a eleição ao lado do presidente Jair Bolsonaro (PL), repetindo contra Roberto Requião o cenário nacional de embate com o PT. Para Silvestri, a presença de Moro daria peso à chapa.

“Será uma primeira conversa. Certamente falaremos sobre esse assunto, mas será um primeiro contato”, desconversou Silvestri à coluna. A assessoria de Moro apenas confirmou a agenda com o tucano e informou que o ex-juiz pretende anunciar sua decisão sobre candidatura na próxima semana.

Presença de Moro reaproxima Alvaro de Ratinho e Bolsonaro

“Vetado” pelo presidente Jair Bolsonaro na coligação com Ratinho Junior até o fim de maio, o senador Alvaro Dias passou a ser cogitado como o candidato ao Senado na chapa do governador e do presidente depois que Sergio Moro teve o domicílio eleitoral em São Paulo indeferido e anunciou que disputaria as eleições no Paraná.

A avaliação é de que a presença de Moro na disputa pelo Senado prejudica as chances do nome originalmente escolhido por Bolsonaro para integrar a chapa com Ratinho: o deputado federal Paulo Martins (PL). Para tentar evitar a eleição de Moro, desafeto do presidente desde que deixou o Ministério da Justiça, o núcleo do bolsonarismo (inclusive seus filhos) estaria disposto a abrir mão da candidatura de Martins para apoiar Alvaro, visto como o candidato com maior potencial para derrotar Moro nas urnas.

Em um partido pequeno, o Podemos, Alvaro Dias precisa de uma coligação forte para ter tempo de televisão e, até, recursos financeiros para enfrentar Moro. O partido do provável adversário, o União Brasil, é o que tem mais tempo e maior fundo eleitoral para esta campanha.

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O senador segue declarando que, na sua visão, a aliança entre Podemos e PSD firmada em 2018, quando Oriovisto Guimarães foi eleito senador na chapa de Ratinho, segue mantida, sem nenhuma sinalização de rompimento por parte do governador. Enquanto isso, em Brasília, Alvaro busca aproximação com o governo Bolsonaro e dá importantes sinais no Congresso, com a bancada paranaense no Senado – composta por três membros do Podemos, votando em total alinhamento com o governo e se posicionando contra a CPI do MEC, por exemplo.

No próximo dia 20 será aberto o período de convenções partidárias, quando todas as candidaturas e coligações são definidas para posterior registro no Tribunal Regional Eleitoral. Na próxima semana, então, partidos e pré-candidatos precisam fazer o acerto final de suas estratégias para outubro.

O que dizem as pesquisas:

*O instituto RealTime Big Data entrevistou, pessoalmente, 1.500 eleitores do Paraná entre os dias 24 e 25 de junho. O levantamento foi contratado pelo Grupo RIC e está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o protocolo PR-06518/2022. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.

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Já a IRG Pesquisa realizou 1.500 entrevistas por telefone com eleitores no estado do Paraná entre os dias 29 de junho e 3 de julho. A pesquisa tem margem de erro de 2,5 pontos percentuais e nível de confiança de 95%. O levantamento está registrado no Tribunal Superior Eleitoral com o protocolo PR-03374/2022.