Os candidatos de oposição ao prefeito Rafael Greca (DEM) promoveram três manifestações em praça pública para protestar contra a escassez de debates na eleição municipal de Curitiba e a ausência do candidato à reeleição em todos eles. Mas não foi só o prefeito que optou por se ausentar. Uma das candidaturas mais importantes da oposição, apontada pela pesquisa Ibope como a mais viável entre os candidatos de centro-esquerda, também não fez muita questão de discutir propostas em palanques de rua. Goura Nataraj (PDT) só compareceu a um dos encontros e, no último, não foi por que era dia do próprio aniversário.
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No primeiro, dia 04 de outubro, na Praça da Espanha, o candidato, que também é deputado estadual, alegou que estava em sessão virtual da Assembleia Legislativa e que, por cumprir integralmente com suas obrigações parlamentares, não conseguiu comparecer ao encontro. Na última quinta-feira (05) não teve sessão da Assembleia, mas era aniversário de Goura e, segundo a coordenação de sua campanha, ele tirou o dia para celebrar em família, ausentando-se de mais um debate, desta vez na Praça Santos Andrade.
Os organizadores dos três encontros criticaram a postura do pedetista, que enfraqueceu o movimento oposicionista. “Tem compromissos que a gente faz para a história. Compromisso que a gente tem que ter com política de Estado, com o comprometimento com o que é melhor para a cidade e dos valores da democracia. As pessoas fazem as suas escolhas. Tem horas que a gente tem que se comprometer com esses valores, ainda que possa colocar em risco a estratégia eleitoral. É a escolha de cada um”, comentou Paulo Opuszka (PT), que convocou o ato da última quinta-feira.
“O Goura tem as opções dele, temos que saber respeitar as diferenças. Depois de 10 anos de mandato e 30 na gestão pública, na área de segurança, a gente aprende mais com os erros que com os acertos. E acho que o principal é que administrar uma cidade não é só administrar para um grupo ideológico, é administrar para todas as pessoas, inclusive as que pensam diferente”, ponderou Fernando Francischini (PSL). O candidato ainda ironizou, dizendo parecer que o PSL está dialogando com PT e MDB com mais facilidade que o PDT. "O PSL é um partido maduro. Tem bandeiras firmes, combate à corrupção e defesa da família, que nós não abrimos mão, mas não vamos administrar só para quem pensa igual, então temos que fazer essa junção de forças e de pensamentos e discutir a cidade".
A crítica mais dura veio de João Arruda (MDB), que teve a iniciativa dos debates públicos, promovendo o primeiro encontro. “Tem candidato que está imaginando que ‘distraídos vencerão’. Numa campanha como essa, em que enfrentamos a máquina municipal e grandes empresas envolvidas diretamente na candidatura do prefeito, a presença de candidatos em momentos como esse é muito importante. Temos que levar essa eleição para o segundo turno e, para isso, todos os candidatos têm que estar presentes em todos os momentos de campanha, até porque está muito difícil fazer campanha. Eu não vim aqui só para apresentar minhas propostas e dizer o que penso, vim aqui em sinal de respeito aos outros candidatos e à democracia”, declarou.
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