Em sua caravana pelos estados na campanha para a eleição à presidência da Câmara, Arthur Lira (PP) teve uma concorrida agenda em Curitiba nesta terça-feira. O deputado, que disputa a sucessão de Rodrigo Maia (DEM) com o apoio do presidente da República, Jair Bolsonaro, foi recebido pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) secretários de estado, deputados estaduais e 15 deputados federais paranaenses. Outros cinco que não puderam comparecer ao encontro enviaram mensagem de apoio.
“A bancada do Paraná nos dará uma das maiores vitórias proporcionais na Câmara”, declarou Lira, dizendo contabilizar o apoio de 22 dos 30 deputados paranaenses. “Temos alguns deputados que compõem outras forças partidárias do Paraná e que também vão votar conosco”.
Na reunião, Lira disse que a presidência da Câmara é a cadeira mais importante da democracia e prometeu fazer o “feijão com arroz básico” caso assuma a cadeira. “Falta estabilidade e previsibilidade para a Câmara. A forma como a Casa é conduzida hoje prejudica o funcionamento. Os deputados estão sem voz, estão sem cumprir com suas obrigações com seus estados. Vamos definir a pauta nas reuniões de líderes na quinta-feira da semana anterior, para os deputados poderem se preparar. Ninguém vai ser pego de surpresa com projeto entrando na pauta de uma hora para outra. Vamos respeitar a proporcionalidade nas relatorias e vamos colocar os projetos em pauta, sem compromisso com o sucesso ou o insucesso das matérias”, disse.
Comemorando o número de apoios que diz ter no Paraná, Arthur Lira disse à coluna que a eleição para a presidência da Câmara, em que tem o deputado Baleia Rossi (MDB) como principal adversário, só está polarizada na mídia. “No voto, na escolha dos deputados, ela está bem encaminhada”. Questionado se a eleição na Câmara está se transformando num plebiscito sobre a avaliação dos deputados do governo Bolsonaro, Lira disse que a eleição é um plebiscito sobre a avaliação da gestão de Rodrigo Maia na Câmara. “Criou-se um plebiscito de aprovação à administração do atual presidente da Câmara. Ele é o candidato, não seu preposto. Você não vê o outro candidato no protagonismo. Você vê o presidente atual protagonizando com o governo federal, em busca de uma briga desnecessária para nosso país. Ele está a 12 dias do final do mandato dele e a gente tem que pensar em 2021 para todos, numa câmara harmônica, que consiga trabalhar com altivez, com independência, mas com harmonia. Temos essa obrigação constitucional e essa polarização se deve a isso”.
Lira disse que, apesar do crescimento de manifestações nas duas últimas semanas, sua candidatura não se propõe a discutir, durante a campanha, eventuais pedidos de impeachment do presidente Jair Bolsonaro. “Essa pauta não está na nossa campanha. Quem tem que falar de impeachment, atualmente, é o presidente da Câmara. É ele que aceita ou não aceita. E, se depender de mim, na Câmara, essa atribuição voltará para o plenário. O plenário que terá que decidir sobre recebimento de pedidos de impeachment ou não. Você não pode concentrar tanto poder na mão de uma pessoa, individualmente. Mas, hoje, quem pode falar sobre esse assunto é o presidente atual da Câmara, não o candidato”.
A coluna ainda questionou o candidato se ele levaria ao plenário as pautas conservadoras caras ao presidente Bolsonaro e que não foram pautadas por Rodrigo Maia nos últimos dois anos. “O que eu vi que o presidente da Câmara não pautou foi privatização, reforma tributária, reforma administrativa, PEC emergencial. Eu não vi essas pautas e não acredito que essas pautas sejam conservadoras. Essas pautas foram mal tratadas politicamente. Mas quero dizer uma coisa bem francamente: eu não tenho preconceito com nenhuma pauta. O presidente da Câmara não é dono das matérias. Quem vai fazer com que as pautas vão ao plenário será o amadurecimento do debate na sociedade e a maioria dos deputados, representada por seu colégio de líderes, que se reunirá com antecedência de uma semana para decidir a pauta que será votada”, concluiu.
Principal adversário de Lira, Baleia Rossi tinha agenda marcada para Curitiba nesta quarta-feira (20), mas a visita do deputado foi cancelada e uma nova data será marcada.
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