“Cheiro de sabotagem”: líder do governo pede CPI para investigar suspensão de concurso

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Líder do Governo na Assembleia Legislativa, o deputado Hussein Bakri (PSD) propôs, nesta segunda-feira (22), a instalação de uma CPI para investigar a suspensão do concurso público da Polícia Civil do Paraná. O parlamentar considera “incompetência, inconsequência ou má fé” a decisão tomada pelo Núcleo de Concursos da Universidade Federal do Paraná (NC-UFPR) poucas horas antes da prova, quando 106 mil candidatos – boa parte de fora do estado – já estavam em Curitiba.

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“Até para não prejulgarmos ninguém, uma CPI se faz necessária. E que seja comandada pelos deputados da segurança pública, que têm capacidade e competência investigativa para ajudar o Paraná nesse caso. É muito grave o que aconteceu e estou sentindo o cheiro de sabotagem. É inadmissível expor às 5h42 problemas que deveriam ter sido colocados anteriormente. Inclusive, é preciso entrar em contato com a UFPR a respeito do concurso da Polícia Militar marcado para o mês que vem, para que não siga o mesmo caminho”, afirmou Bakri.

Com mais de 100 mil inscritos, o concurso para a Polícia Civil foi cancelado pelo Núcleo de Concursos da Universidade Federal do Paraná (organizador da prova) na madrugada do último domingo (21). A prova estava marcada para as 13 horas. Mais da metade dos inscritos veio de fora do estado apenas para prestar a prova. O Núcleo de Concursos da UFPR alegou falta de segurança sanitária.

O governador Carlos Massa Ratinho Junior afirmou que determinou a instauração de sindicância pela Controladoria Geral do Estado e de abertura de inquérito pela Polícia Civil, além de oficiar a Polícia Federal para que investigue se não houve sabotagem no cancelamento da prova.

Para que uma CPI seja aberta pela Assembleia Legislativa, é necessário o apoio de um terço dos deputados (18 no casso da Assembleia do Paraná, que conta com 54 parlamentares). Para reunir esses apoios, Bakri conta com o grande número de deputados ligados à segurança pública, que já fizeram duros pronunciamentos nesta segunda-feira criticando o cancelamento da prova. A Assembleia Legislativa conta, hoje, com três deputados que são delegados da Polícia Civil (Delegado Fernando, Delegado Recalcatti e Delegado Jacovós), além de parlamentares ligados à Polícia Militar e, até, à Polícia Federal. Uma das preocupações destes parlamentares é que o Núcleo de Concursos da Universidade Federal do Paraná, que cancelou, unilateralmente, o concurso do último domingo, é a entidade contratada para a realização do concurso para a Polícia Militar, agendado para 28 de março.

Pelo Regimento Interno da Assembleia, apenas cinco CPIs podem ocorrer simultaneamente na Casa. Hoje, a Assembleia tem uma comissão instalada (CPI das Ongs) e três aguardando instalação (Bombas de Combustíveis; Mineração e Barragens; Transporte Clandestino).

Roger Pereira

Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná, começou a cobrir a política paranaense em 2005, pelo jornal O Estado do Paraná. Desde então passou pelas redações de diversos veículos locais e foi correspondente de veículos nacionais, sempre na cobertura política. Ingressou na Gazeta do Povo em 2020.

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