Desde que os processos relativos às operações Integração e Rádio Patrulha foram remetidos para a Justiça Eleitoral, por decisão do Supremo Tribunal Federal, em agosto, intensificou-se a movimentação de aliados para que o ex-governador Beto Richa (PSDB) dispute as eleições de 2022. Richa é réu nos dois casos e, por ter sido preso durante as operações, no meio da campanha de 2018, perdeu uma eleição dada como certa para o Senado naquele ano. Ele sempre negou as acusações.
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Em setembro, Richa iniciou uma série de viagens ao interior do estado, participando de eventos políticos organizados por prefeito e lideranças tucanas das regiões Oeste e Norte do Paraná, em que usou para “medir a febre” sobre sua provável candidatura a deputado federal no ano que vem. Na última das viagens, em 15 de outubro, o prefeito de Arapongas, Sergio Onofre (PSC) já pediu votos para Beto Richa. “E tenho que fazer os meus deputados serem os mais votados. E entre os meus deputados mais votados, tem que estar o Beto”, declarou, em almoço para lideranças da região, acompanhado do deputado estadual Tiago Amaral (PSB).
Na última quinta-feira (21) Beto Richa foi o principal anfitrião da visita do presidenciável tucano Arthur Virgílio ao Paraná. No encontro, ao ser questionado pela coluna sobre a movimentação que tem feito pelo interior do estado, o ex-governador disse estar pensando sobre a candidatura, enquanto percorre o estado atendendo a convites de lideranças locais. “Tem um desejo das pessoas que eu volte para a vida pública, estou rodando o Paraná, existe um apelo para que eu dispute as eleições do ano que vem. Tenho tempo para pensar, estou avaliando. E estou percorrendo o estado atendendo o convite de prefeitos e lideranças dos municípios que estou visitando”, disse.
Richa, que se recusou a conceder entrevista, “por orientação dos advogados”, afirmou que “a Justiça está começando a ser feita” nos processos em que é réu - com parte deles sendo arquivada, parte indo para a esfera eleitoral. O ex-governador ressaltou ainda que “procuradores que me perseguiram estão sendo punidos”. Ele citou o nome de Diogo Castor de Mattos, responsável pelas investigações da Operação Integração e que foi punido com a demissão do Ministério Público por ter financiado um outdoor em homenagem à Lava Jato, considerado autopromoção em julgamento disciplinar do Conselho Nacional do Ministério Público.
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