Depois da eleição mais polêmica de sua centenária história, a Universidade Federal do Paraná (UFPR) teve a sua reitoria definida na última quarta-feira. Decreto do presidente da República Jair Bolsonaro, publicado no Diário Oficial desta quinta-feira (10), reconduz o atual reitor da instituição, Ricardo Marcelo Fonseca, ao cargo, por mais quatro anos. Ricardo Marcelo encabeçou a lista tríplice enviada pelo Conselho Universitário da UFPR ao Palácio do Planalto depois de um conturbado processo interno, com reviravoltas e discussões judiciais.
Antes da votação do colégio eleitoral do Conselho Universitário, a UFPR promoveu uma consulta à comunidade sobre a nova reitoria. Sem valor jurídico, a consulta vinha sendo um meio informal para que a vontade da comunidade acadêmica (professores, funcionários e alunos) seja respeitada pelo colégio eleitoral. Tradicionalmente, o vencedor da consulta era o primeiro nome da lista tríplice e os candidatos derrotados no voto popular retiravam a candidatura.
Neste ano, dois candidatos se inscreveram para o processo eleitoral: Ricardo Marcelo e o professor Horácio Tertuliano Filho, com o atual reitor recebendo mais de 80% dos votos. Com a posição do presidente Jair Bolsonaro de não nomear, obrigatoriamente, o primeiro nome da lista tríplice, Tertuliano contrariou a tradição da universidade e manteve a candidatura.
Diante do impasse, o Conselho Universitário decidiu reabrir as inscrições para a eleição para reitor. Mais dois candidatos surgiram: Marcos Alexandre dos Santos Ferraz e Maria Rita de Assis César, ambos ligados a Fonseca. Na votação do colégio eleitoral, então, o atual reitor encabeçou a lista tríplice, com Ferraz na segunda posição e Maria Rita na terceira. Tertuliano foi o quarto colocado, não integrando a lista encaminhada ao presidente. O candidato recorreu à Justiça Federal, mas não obteve sucesso.
O presidente da República não tem obrigação, sequer, de nomear um dos três nomes da lista. Então, mesmo com a votação do colégio eleitoral, ainda era possível uma reviravolta na indicação do novo reitor por decisão do presidente Jair Bolsonaro. Mas, no decreto de quarta-feira, o presidente confirmou a nomeação do mais votado na lista tríplice.
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