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Ao rebater a nota em que a Mesa Executiva da Assembleia Legislativa do Paraná critica sua posição no debate sobre a frente parlamentar feminina, o deputado estadual Homero Marchese (Republicanos) atribuiu a repreensão ao fato de ele ser contrário ao projeto que cria 121 novos cargos na Casa, ao custo anual de R$ 31 milhões. No plenário da Assembleia, Marchese apresentou levantamento de seu gabinete sobre os cargos comissionados do Legislativo paranaense, citando ter encontrado graves distorções, como a manutenção de dois cargos na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Ongs, extinta em abril do ano passado por decisão judicial.
“Pedi que a equipe levantasse a quantidade de cargos. Encontramos 1777 cargos comissionados. Só na Mesa Diretora e na Administração são 386. Temos uma enorme quantidade de cargos em blocos parlamentares que pouco fazem e, até mesmo, em uma CPI que não existe”, disse o deputado. “A CPI das Ongs foi extinta, mas tem duas pessoas trabalhando lá. Cadê vocês? O bloco parlamentar da erva-mate tem dez cargos. O que faz esse bloco? São nove cargos no bloco parlamentar agropecuário e sete no bloco parlamentar digital. Enquanto isso, a Comissão dos Direitos Humanos, por exemplo, faz todo o seu trabalho com dois comissionados. Só pode se tratar de uma prática nefasta ou, no mínimo, antieconômica para o Paraná. Como vamos explicar para a sociedade o que vamos fazer com mais 121 cargos?”, criticou ele.
O primeiro-secretário da Assembleia, Luiz Claudio Romanelli (PSD), rebateu Marchese. “Os questionamentos que ele faz aos cargos comissionados, nós já estamos acostumados. Mas ele levantou todas as informações no Portal da Transparência, porque está tudo lá, transparente. Todo servidor da Assembleia bate ponto e todas as informações são claras na prestação de contas”, declarou.