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Roger Pereira

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A política do Paraná em primeiro plano

Associação dos Municípios

Curitiba passa a “dar as cartas” na Região Metropolitana e quer mais consórcios com vizinhos

Limite de Curitiba com São José dos Pinhais, um dos nove municípios do chamado primeiro eixo (Foto: Maicon J. Gomes/Gazeta do Povo)

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O ano de 2021 começou com Curitiba buscando assumir protagonismo nas discussões relativas à Região Metropolitana da capital. O prefeito Rafael Greca (DEM) assumiu a presidência da Associação dos Municípios da Região Metropolitana (Assomec), recriou a Secretaria de Assuntos Metropolitanos, agora com o nome de Secretaria Municipal de Desenvolvimento Metropolitano e preside, ainda o Consórcio Intermunicipal para Gestão de Resíduos Sólidos, o consórcio do lixo da RMC. O vice-prefeito, Eduardo Pimentel (PSD) assumiu a presidência do Pró-Metrópole, instituição formada por gestores públicos e pela iniciativa privada para discutir soluções conjuntas para a Grande Curitiba. Se perdem poder para reivindicar suas demandas junto à prefeitura da capital, os municípios da Região Metropolitana contam com o poder político, e o orçamento, de Curitiba para verem suas reivindicações avançarem junto ao governo do estado e suas ações conjuntas saírem do papel.

“Temos problemas iguais, como o do lixo, que a gente está resolvendo através do consórcio, o transporte coletivo, a saúde. É a Assomec que leva essas demandas para o governo do estado. E a prefeitura da capital, por ter orçamento, é importante que tome frente dessas discussões”, comenta o prefeito de Almirante Tamandaré, Gerson Colodel (MDB). “Vivemos em uma metrópole, uma grande Curitiba, a Região Metropolitana se confunde com a capital. Não sabemos se estamos em Tamandaré ou em Curitiba, em determinados pontos e é natural que Curitiba assuma essa responsabilidade”, acrescenta, citando que Beto Richa e Gustavo Fruet também presidiram a Assomec. Colodel, que preside o Consórcio Metropolitano da Saúde disse que uma das primeiras cobranças que fará a Greca é que Curitiba integre o consórcio. “Esse é um grande problema, uma reivindicação antiga para Curitiba aderir ao consórcio, para dar muito mais alcance para nossas ações”, disse. Ele também defende ações integradas para a geração de emprego e renda, o turismo regional, a preservação do meio ambiente e conservação de nascentes e o aperfeiçoamento técnico do funcionalismo público. “Estamos aderindo a uma parceria para que nossos servidores passem por capacitações em Curitiba”, contou.

O presidente da Comec (Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba), Gilson Santos, diz que a RMC é vista com muita atenção pelo governo do estado e que acha importante Curitiba se interessar em fortalecer a articulação da região. “Mas o olhar principal tem que ser pelas cidades que ainda estão com dificuldade de desenvolvimento e proporcionar condições básicas de emprego e renda. Tem que se pensar muito mais nos municípios que hoje precisam melhorar sua qualidade de desenvolvimento equilibrado e sustentável, do que aproveitar o pouco que eles têm para fortalecer os já estruturados”, comentou. Santos disse que pretende, neste ano, aprovar um novo plano diretor para a RMC, para atualizar o último plano, que é de 2006. “Os municípios do primeiro anel precisam pensar em ações para contribuir com os mais distantes. Ou essas pessoas vão ter que se deslocar 1h30 por dia para vir trabalhar na capital para poder ganhar seu sustento?”, questiona.

Curitiba é uma só, com 29 municípios

Além de presidir o Pró-Metropole, Eduardo Pimentel foi destacado pelo prefeito para acompanhar de perto todas as discussões referentes à Região Metropolitana. “A ideia é, na prática, reforçar que Curitiba é uma só, com 29 municípios. Dar força a esse processo, valorizar o trabalho da Assomec e Curitiba assumir, alinhada com o governo do estado, para que dê força, com o nome de Curitiba, para os assuntos da RMC”, diz Pimentel, que participa, semanalmente de uma reunião do fórum Metropolitano de Enfrentamento à Covid-19. “Conseguimos articular nossas ações, e os decretos que vigoram hoje, sobre a pandemia, são 90% iguais em todas as cidades. Isso Facilita o trabalho sanitário, a fiscalização e a compreensão das pessoas”.

A demanda mais urgente na Assomec, avalia Pimentel, é pensar na estratégia metropolitana de transporte. “Há boa vontade de Curitiba da RMC e do governo quanto a isso”, disse, citando, ainda que a associação deve pensar na criação de novos consórcios metropolitanos, como o da educação e do turismo. “O prefeito já colocou o Imap (Instituto Municipal de Administração Pública) à disposição dos municípios para treinamento de seus funcionários. Assim como o nosso banco de projetos, em parceria do IPPUC com a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e o Paraná Cidade”, acrescentou.

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