Roberto Dias era diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde e foi exonerado após denúncia de corrupção| Foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil
Ouça este conteúdo

Depois do envolvimento do deputado federal paranaense Ricardo Barros (PP) nas denúncias de irregularidades na negociação da vacina Covaxin, a nova denúncia de corrupção envolvendo a negociação de aquisição de vacinas pelo Ministério da Saúde também tem elo com a política paranaense. Roberto Ferreira Dias, o ex-diretor de logística do Ministério, acusado de cobrar propina de US$ 1 por dose da empresa de vacinas Davati Medical Supply, é funcionário CLT da Companhia Paranaense de Habitação (Cohapar) e foi indicado para o cargo pelo ex-deputado federal paranaense Abelardo Lupion (DEM).

CARREGANDO :)

Cadastre-se e receba as principais notícias do PR no celular

Contratado na Cohapar como Agente Administrativo desde 2012, com vencimentos de R$ 2,5 mil por mês, Dias foi chefe de gabinete e, depois, diretor-geral da Secretaria de Infraestrutura e Logística do Governo do Estado entre abril e dezembro de 2018, durante os oito meses de governo Cida Borghetti (PP), mulher de Ricardo Barros, quando a pasta era ocupada por Abelardo Lupion.

Publicidade

Desde que assumiu a diretoria geral da secretaria, em julho de 2018, até julho de 2019, já na gestão Ratinho Junior (PSD), Roberto Ferreira Dias ocupou a cadeira de vice-presidente do Conselho de Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina.

Em nota, Lupion informou que fez uma indicação técnica ao ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (DEM). “Quando da formação do novo governo, precisávamos de pessoas técnicas para compor o Ministério da Saúde, na gestão do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta. Indiquei o senhor Roberto Ferreira Dias por ter formação técnica na área de logística e experiência em gestão pública. Além disso, nunca soube de nada que o desabonasse o senhor Roberto, que sempre foi uma pessoa cordial e respeitosa”, alegou.

Nomeado por Mandetta, Roberto Ferreira Dias permaneceu na diretoria de logística do Ministério da Saúde mesmo após as três trocas de ministros promovidas pelo presidente Jair Bolsonaro. Ele era o único diretor da gestão Mandetta a permanecer no cargo, até ser exonerado pelo ministro Marcelo Queiroga após a denúncia da última terça-feira (29).