A decisão de reinvestir no trecho concedido todos os recursos arrecadados com outorga no leilão das novas concessões rodoviárias para estradas do Paraná foi a grande vitória, mas não foi a única alcançada pelos deputados federais paranaenses que estiveram com o ministro da Infraestrutura Tarcísio Freitas, na última quarta-feira . Três dos deputados participantes do encontro relataram à coluna que o ministro também se comprometeu a, após as audiências públicas realizadas pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), analisar a revisão do degrau tarifário e do desconto máximo previsto para a tarifa. E, ainda, se dispôs a visitar o Paraná, percorrendo cada um dos trechos e ouvindo as reivindicações pontuais de cada região.
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“Nossa reivindicação número um era para não haver outorga. E essa decisão do ministro praticamente retira a outorga, pois outorga, na nossa visão, é arrecadação para os cofres do governo. Agora teremos um aporte de garantia, que ficará na conta da concessão”, comentou o deputado Sergio Souza, que coordena a bancada nas discussões sobre as novas concessões. “Também conversamos, mais superficialmente, sobre outras questões como as novas praças, os trechos de rodovias estaduais, o degrau tarifário. A posição do ministro é de tomar uma decisão sobre esses outros temas após as audiências públicas. O ministro percebeu que estamos calejados neste assunto de pedágio, que fomos saqueados por 24 anos por um pedágio caro e sem investimentos e que, agora, não podemos mais errar”, acrescentou.
“Saímos da reunião com o ministro Tarcísio Gomes de Freitas, da Infraestrutura, e a bancada federal muito otimistas. O ministro Tarcísio aceitou nosso convite e virá a Londrina, nos próximos 15 dias, para conversar com lideranças, representantes do setor produtivo e toda a comunidade para ouvir as demandas e conhecer a situação das estradas e dos locais escolhidos para implantação das praças”, comentou a deputada Luísa Canziani (PTB). “Pedimos alteração do local da praça programada para ser instalada entre Londrina e os distritos rurais. Não podemos aceitar que a população seja penalizada dessa forma porque temos muitos trabalhadores, estudantes, produtores rurais que trafegam diariamente por essa estrada e, uma praça de pedágio pode acabar por inviabilizar a atividade dessas pessoas”, prosseguiu.
“São concessões federais, quem tem que discutir é a bancada federal”
Para Pedro Lupion (DEM) a reunião com o ministro acabou com a principal queixa dos deputados estaduais e do setor produtivo paranaense sobre o modelo híbrido proposto pelo governo federal. “O que eles reclamavam do modelo híbrido, não podem reclamar mais. Ninguém vai usar concessão para arrecadar recurso, já que 100% do dinheiro colocado pela concessionária na largada vai virar investimento na rodovia”, disse. Para o deputado havia dois temas sensíveis na discussão do modelo: a outorga e o limite de desconto na tarifa. “A outorga acabou, não se fala mais nisso. Precisamos avançar no desconto da tarifa. E vamos avançar, com diálogo, com discussões de propostas, com as visitas do ministro ao estado para visitar todos os trechos e entender as necessidades dos paranaenses”, disse.
Lupion criticou as recentes posições de deputados estaduais contra o modelo. “Provamos, nesta reunião, que diálogo resolve muito mais que bravata. São concessões federais, é pauta da bancada federal. Mas o governo do estado está participando de toda a articulação deste modelo. Surpreende a banca de apoio na Assembleia estar se posicionando contra. Corremos o risco, se eles não reverem a posição de barrar a delegação das rodovias estaduais, de termos só as rodovias federais no plano. E, daí, não teremos investimentos nas estradas estaduais”, apontou.
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