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O diretor-geral da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Nestor Werner Junior, afirmou, na manhã desta terça-feira (5) que a pasta não trabalha com a possibilidade de adoção de passaporte sanitário no Paraná – regulamentação que restringiria acesso a determinados locais apenas a pessoas vacinadas contra a Covid-19. O diretor da Sesa respondeu sobre o passaporte da vacina em audiência pública de prestação de contas da secretaria na Assembleia Legislativa do Paraná.
“Em relação ao passaporte sanitário, é uma discussão que a secretaria enfrenta com naturalidade, com muita tranquilidade do ponto de vista da política pública de saúde. A secretaria, até agora, não fez nenhuma manifestação a favor ou contra a incorporação do passaporte sanitário. Temos alguns outros lugares discutindo a legislação um pouco mais contundentemente. Mas a Secretaria de Saúde não recomendou, em nenhum momento, a adoção de passaporte sanitário como condição obrigatória a acesso a qualquer determinada situação. Estamos trabalhando com o convencimento das pessoas à vacinação”, afirmou.
Na última semana, os deputados Ademar Traiano (PSDB), Luiz Claudio Romanelli (PSB) e Alexandre Curi (PSB) retiraram projeto que tinham proposto para a implementação do passaporte no estado por reconhecerem vício de iniciativa, a partir do entendimento de que é uma prerrogativa do Poder Executivo regulamentar a questão. Autor de outro projeto com conteúdo idêntico, Arilson Chiorato (PT) manteve sua proposição, que segue tramitando na Casa.
Destacando que o Paraná conseguiu adesão de 97,46% da população adulta à primeira dose da vacinação e já completou a imunização (com segunda dose ou dose única) de 63% das pessoas acima de 18 anos, o diretor Nestor Werner Junior afirmou que uma lei ou decreto restritivo seria inócuo. “Em um universo em que 97% das pessoas vacináveis estão vacinadas, essa discussão, no âmbito do Paraná, acaba até perdendo o objeto”, disse, comemorando os índices de vacinação do estado. “Tínhamos expectativa de uma adesão menor, uns 7% a 8% [que não seriam vacinados por opção própria]. Esse índice de 97% é inédito e muito importante para a imunização coletiva. Sabemos que a vacina não é 100% eficaz, não garante que a pessoa não vai se contaminar, e é por isso que precisamos de toda a população vacinada, para reduzir drasticamente a transmissão”.