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O ex-governador Beto Richa (PSDB), réu em oito ações penais por supostos crimes como corrupção passiva, lavagem de dinheiro, fraude a licitação e organização criminosa, é pessoa bem-vinda no palanque de dois pré-candidatos do PSDB à Presidência da República.
Em agosto, durante mobilização de tucanos em Curitiba, o governador de São Paulo, João Doria, já havia declarado que “confiava” no amigo pessoal. “O ex-governador Beto Richa enfrenta e defende-se de acusações, mas ele não foi julgado, não foi culpado. Então, ele tem o meu respeito e, por isso, estou aqui ao lado dele. Além disso, ele é meu amigo pessoal, assim como o pai dele foi amigo pessoal do meu pai. E eu não abandono meus amigos", disse à época.
Neste sábado (18), o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, faz um périplo pelo Sudoeste do Paraná, arregimentando apoios para a disputa das prévias do partido que escolherão um candidato à Presidência da República.
Uma das presenças aguardadas no evento em Francisco Beltrão é justamente a do ex-governador Beto Richa, que ensaia a retomada da carreira política depois de perder a eleição para o Senado, em 2018, quando foi preso, a poucos dias do pleito, na Operação Rádio Patrulha. Para Eduardo Leite, não há nenhum constrangimento em dividir palanque com Richa, mesmo com o ex-governador respondendo a ações penais relativas a quatro diferentes operações policiais (Rádio Patrulha, Quadro Negro, Integração e Piloto).
“O ex-governador Beto Richa foi um excelente prefeito de Curitiba, cumpriu um mandato de profundas transformações no Paraná quando foi governador. Ele tem muitos créditos e creio que boa parte das denúncias contra ele carecem, inclusive, promoção de ação judicial. A esposa do governador foi vítima de uma prisão e, pelo que me consta, até o presente momento, não foi oferecida uma denúncia em relação a ela. Tem atuação por parte da Justiça que merece análise também. O ex-governador precisa responder aos processos, mas merece, também, pelo crédito que tem, a presunção de inocência e a oportunidade de fazer as suas manifestações dentro de um processo judicial regular, para não ser vítima de injustiça. A promoção de uma ação judicial é pertinente, possível, mas há que se guardar a presunção de inocência. Por isso, não tenho constrangimento em estar no mesmo palanque que Beto Richa”, declarou.