Prefeito de Curitiba, governador do Paraná por três mandatos, senador por outros dois. Derrotado na eleição deste ano para o Governo do Paraná Roberto Requião (PT) deve estar encerrando uma carreira de 40 anos de mandatos eletivos, que começou com uma eleição para deputado estadual em 1983. O ex-governador até pode vir a ocupar alguma posição de destaque no governo federal, em caso de vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno da eleição presidencial, mas é improvável que, hoje aos 81 anos, volte a disputar uma eleição.
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Requião é uma das figuras históricas da política paranaense “aposentada” pelas urnas no último domingo (2). A ele, somam-se outros nomes importantes que não conseguiram se eleger e devem deixar a vida pública ou, ao menos, a disputa por cargos eletivos.
Contemporâneo e rival de Requião em diversas disputas, o senador Alvaro Dias (Podemos) não conseguiu a reeleição, encerrando três mandatos consecutivos no Senado (24 anos) e, provavelmente, uma carreira política com disputas eleitorais desde 1968, quando conquistou seu primeiro mandato, de vereador, em Londrina. Deputado estadual, deputado federal, senador pela primeira vez em 1983, governador do Paraná (1987 a 1991) e senador desde 1999, Alvaro disputa eleições sucessivas há 54 anos. Aos 78 anos e amargando um terceiro lugar na disputa para o Senado, atrás de dois nomes da “nova política”, Alvaro também deve “pendurar a gravata” quando concluir seu atual mandato.
Na eleição para o Senado, outro nome da “velha política” pode ter se despedido das urnas. Eleito deputado estadual pela primeira vez em 1983 e tendo exercido cinco mandatos consecutivos até vir a ser vice-governador e, depois, governador do estado, Orlando Pessuti (MDB) foi apenas o 7º colocado na eleição para o Senado, com pouco mais de 1% dos votos válidos. De consolo, com a eleição de Denian Couto (Podemos) para a Assembleia Legislativa, seu filho, Bruno Pessuti (Podemos) herdou uma cadeira na Câmara Municipal de Curitiba.
Na Câmara dos Deputados e na Assembleia Legislativa, o eleitor paranaense também decidiu mandar para casa alguns políticos que acumulavam décadas de mandato. Rubens Bueno (Cidadania) estreou no Congresso Nacional em 1991, depois de dois mandatos como deputado estadual (1983 a 1991) e só não esteve na Câmara quando foi prefeito de Campo Mourão (1993 a 1996) e nas duas vezes em que disputou a eleição para o governo do Paraná (2002 e 2006). Bueno teve participação fundamental na articulação do apoio do Cidadania à reeleição do governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) e é um nome cotado para algum cargo no Governo do Estado.
Outro deputado federal que deixa a Câmara depois de 28 anos é Hermes Parcianello (MDB). O "Frangão" foi eleito deputado federal pela primeira vez em 1994, depois de 12 anos como vereador em Cascavel. Nesta eleição, fez 87 mil votos, mais que muitos deputados eleitos, mas ficou com a primeira suplência do MDB, que só conseguiu uma cadeira na Câmara, com Sergio Souza (105 mil votos). Assim, Parcianello tem barrada uma sequência de reeleições consecutivos, não conseguindo emendar seu oitavo mandato.
Oito mandatos consecutivos foi o que conseguiu, na Assembleia Legislativa do Paraná, o deputado estadual Nelson Justus (União Brasil). A carreira parlamentar, que começou em 1991, teve como auge o período em que presidiu a Assembleia, entre 2007 e 2011. Aos 75 anos, Justus foi o oitavo candidato a deputado estadual mais votado de seu partido (que fez oito cadeiras), ficando na primeira suplência. A “aposentadoria” pode ser interrompida a qualquer momento pra suprir uma eventual licença de algum parlamentar eleito.
Correligionário de Justus e com o mesmo número de mandatos, Plauto Miró também não conseguiu emendar o nono mandato consecutivo na Assembleia, interrompendo uma sequência como deputado estadual que vinha desde 1991. Plauto ficou apenas na oitava suplência do União Brasil, sem chances de vir a assumir um mandato nesta legislatura. Mas como tem apenas 59 anos de idade, ainda pode aparecer em próximas eleições.
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