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O candidato do PSL à prefeitura de Curitiba, Fernando Francischini, protocolou nesta sexta-feira (06) no Ministério Público Federal pedido de providência para que se apure denúncia por improbidade administrativa contra o prefeito de Curitiba Rafael Greca (DEM) por conta da suposta desapropriação de terrenos de sua família no programa de drenagem da cidade incluído no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) 2, do governo federal, em 2017. Ao apresentar ao MPF os documentos que embasaram a acusação que fez no programa eleitoral da última quinta-feira, Francischini avisou que esta é a primeira de uma série de denúncias, que pretende apresentar, uma por dia, em seu programa, até a próxima sexta-feira (13).
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“Vamos fazer uma série de denúncias. São seis a sete programas que vão escancarar como o Greca usa o dinheiro público. A denúncia desta noite será mais grave, com volumes maiores de dinheiro envolvidos. Vamos abalar a relação dele com o eixo central de sua campanha e de sua administração”, disse Francischini. “Mesmo que isso não tenha mais eficácia eleitoral, vamos deixar claro para o cidadão curitibano quem é o prefeito dele e em quem ele está pretendendo voltar novamente”, acrescentou.
Nesta sexta-feira, Francischini foi à sede do MPF apenas para fazer imagens para a campanha, uma vez que o protocolo do pedido de providências foi feito de forma online, já que, por conta da pandemia de Covid-19, não está havendo atendimento ao público no MPF. Na porta da procuradoria, ele explicou o que estava denunciando. “O Greca assumiu a prefeitura, pegou um programa de drenagem do governo federal, no PAC, e fez a opção de começar nos terrenos de parentes dele. De primos irmãos, filhos das tias dele. E ele desapropriou terrenos que passavam rio no meio, que não têm valor imobiliário, porque não se pode construir neles. E, com verba pública federal desapropriou esses terrenos pagando R$ 1,6 mil o m², valor de condomínio fechado. Isso é improbidade administrativa clássica”, afirmou. “Já tem um terreno pago e mais três terrenos, com valor que pode chegar a R$ 20 milhões, com processo administrativo iniciado na prefeitura, prontos para pagamento. Os indícios são graves de que ele usou o cargo para beneficiar a própria família, se beneficiando indiretamente e, estou apresentando ao MPF pedido de providência com base em crime de improbidade administrativa do prefeito”, prosseguiu.
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O programa de drenagem foi iniciado pela prefeitura em 2017, Francischini diz só estar denunciando agora por só ter tomado conhecimento do caso nos últimos dias. “Recebi essa denúncia agora. Um vizinho do local me ligou e contou essa história. Pedi para minha equipe jurídica levantar essa documentação. Em quatro dias tínhamos certeza absoluta do crime, para não cometer nenhum ato injusto. Então aqui estão o empenho, o pagamento para a família, a inscrição fiscal dos terrenos, a Junta Comercial comprovando a propriedade da construtora da família. Tenho certeza que isso vai virar um inquérito na Polícia Federal e um processo no Tribunal de Contas da União”, comentou.
Procurada, a campanha de Rafael Greca informou não ter, ainda, um novo posicionamento sobre as acusações do adversário, mantendo a versão da noite da última quinta-feira (05), de que o caso seria avaliado após a campanha tomar conhecimento dos fatos.