Foi aberta nesta quinta-feira (3) a janela partidária, período de um mês em que deputados estaduais, federais e distritais, além de vereadores, podem trocar de partido sem correrem o risco de perder o mandato por causa da fidelidade partidária (que entende que um cargo parlamentar, por exemplo, pertence ao partido e não ao político eleito). E, já no primeiro dia, houve mudança no quadro político local: o deputado estadual Marcio Pacheco oficializou a troca do PDT pelo Republicanos.
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As trocas de legenda, que serão muitas, darão ao eleitor um retrato mais claro de como se desenhará o jogo político das eleições gerais e estaduais de outubro. É a penúltima grande mexida que pode acontecer no quadro eleitoral. Depois disso, só as convenções partidárias e a oficialização das federações de partidos.
Nos próximos 30 dias, os atuais ocupantes de cargo no Legislativo precisarão definir por qual legenda disputarão a eleição de outubro. É agora, então, que eles decidem que candidato a presidente e a governador vão apoiar, com quem irão se aliar e qual o melhor arranjo eleitoral para seu capital político.
Dois grandes fatores deverão ser os principais responsáveis pela maioria das trocas de partido nesta janela. O primeiro deles é o presidente Jair Bolsonaro (PL). Eleito pelo PSL em 2018, ele deixou a legenda em 2019 e passou quase todo seu governo sem partido. Em 30 de novembro do ano passado, o presidente filiou-se ao PL. Naturalmente, muitos dos deputados de sua base de apoio e que foram eleitos fazendo campanha colados com a figura do presidente devem aproveitar a janela para voltar a fazer parte do mesmo grupo político de Bolsonaro. Ao mesmo tempo em que alguns parlamentares do PL podem deixar o partido por discordarem do convite ao presidente.
O segundo fator é a recém-homologada criação do União Brasil. O partido, que surge da fusão do DEM com o PSL nasceu com a maior bancada do país, com 81 deputados federais, e do Paraná, com oito deputados estaduais. Mas o novo partido tende a sofrer uma forte debandada na janela. Adotando uma postura independente no Congresso, o União deve perder deputados para partidos governistas, como o próprio PL, o PP e o Republicanos, que já firmaram compromisso com a campanha de reeleição de Bolsonaro.
Trocas de comando e de postura de algumas legendas (como o PTB) e o lançamento de pré-candidaturas à revelia da base partidária (como no PSDB do Paraná) e a busca por mais espaço político também devem contribuir para a intensa dança das cadeiras da atual janela partidária.
Na Assembleia Legislativa, além de Pacheco, já anunciaram que trocarão de partido o deputado Ademar Traiano (que deve trocar o PSDB pelo PSD); Paulo Litro (que sairá do PSDB); Tião Medeiros (que deixará o PTB por divergência com a direção nacional); Luiz Cláudio Romanelli (que anunciou a saída do PSB); Requião Filho (que deve acompanhar seu pai, Roberto Requião, que se desfiliou do MDB); e Ricardo Arruda (que trocará o União Brasil por um partido da base do presidente Bolsonaro). Outros deputados que estavam no PSL também tendem a deixar o União Brasil: Coronel Lee, Delegado Fernando e Luiz Fernando Guerra. No PSB, além de Romanelli, os deputados Tiago Amaral, Alexandre Curi e Jonas Guimarães também analisam outros convites.
A fusão de DEM e PSL também deve causar trocas de partido entre os deputados federais paranaenses filiados, hoje, ao União Brasil. Pedro Lupion conversa com o PP; Filipe Barros, com o PL; e Aline Sleutjes analisa propostas de outras legendas da base de apoio a Bolsonaro. A deputada Luisa Canziani, que sofre processo de expulsão do PTB já anunciou que irá se filiar ao PSD.
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