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Julieta Reis vai deixar a Câmara após 24 anos
Julieta Reis vai deixar a Câmara após 24 anos| Foto: Rodrigo Fonseca / CMC

A vereadora Julieta Reis (DEM), que buscava o sétimo mandato consecutivo na Câmara Municipal de Curitiba, renunciou à candidatura. A situação de renúncia já aparece no sistema de divulgação de candidaturas do Tribunal Regional Eleitoral. Com 73 anos de idade, Julieta Reis alegou “motivos pessoais e de saúde, em função da pandemia que se abateu ao país pelo coronavírus”.

Com a desistência de Julieta Reis, e o falecimento de Jairo Marcelino, fica em 32 o número dos atuais vereadores que vão disputar a reeleição. Já haviam informado que não iriam concorrer: Dona Lourdes (PSB), Maria Manfron (PP), Fabiane Rosa (sem partido) e Cristiano Santos (PV).

A desistência da candidatura a pouco mais de duas semanas da eleição surpreende, mas chama ainda mais a atenção o fato de que o filho de Julieta, Rodrigo Reis, também é candidato a vereador. Porém, enquanto Julieta disputava a reeleição pelo DEM do prefeito Rafael Greca, Rodrigo é candidato pelo PSL do deputado estadual Fernando Francischini, um dos principais adversários de Greca na disputa.

Assim, uma eventual transferência de votos de mãe para filho acabaria influenciando para o crescimento da bancada do PSL na Câmara e a diminuição da bancada do DEM. Em caso de reeleição de Greca, o prefeito perderia uma aliada e ganharia um oposicionista. Em caso de vitória de Francischini, aconteceria o contrário, com a possibilidade do aumento de sua bancada de apoio.

À coluna, Rodrigo Reis contou que jamais disputaria a eleição contra sua mãe (embora até esta semana, ambos estivessem registrados como candidatos a vereador). “Até porque temos a mesma base. Eu sempre estive junto com ela, todo o eleitorado dela me conhece, tanto que fui candidato a senador, fui bem votado em Curitiba, com os votos dos eleitores da minha mãe”, disse. Ele explicou, então, que a decisão de que Julieta Reis não seria candidata já estava tomada há algum tempo, por conta das condições de saúde da vereadora. “Ela teve uma encefalite, ficou mais de 20 dias no hospital, seis dias na UTI e o médico alertou que ela está com a imunidade muito baixa, não podendo se expor de forma alguma ao coronavírus. Então, em família, decidimos que ela não disputaria a eleição e o candidato seria eu”.

Segundo Rodrigo Reis, a candidatura de Julieta foi registrada mesmo assim porque “ela era uma candidata natural, por ser vereadora. Então registramos as duas candidaturas, a dela e a minha. Se a pandemia passasse, surgisse a vacina e pudéssemos voltar à vida cotidiana, ela seguiria candidata e eu renunciaria”, contou. A candidatura de Julieta Reis foi registrada em 17 de setembro, sendo bastante improvável uma mudança radical no quadro da pandemia em pouco mais de um mês.

Rodrigo Reis explica por que, apesar de atuar junto com sua mãe, que é presidente do DEM Mulher, não é filiado ao mesmo partido que ela. “Eu me aproximei muito dos movimentos de direita que foram às ruas. Me aproximei do presidente Bolsonaro. Estava no PRTB e ajudei o Francischini a coordenar a campanha do presidente aqui. E, depois, ele me convidou para o PSL”. O candidato a vereador disse, no entanto, que a questão partidária não mudará sua atuação na Câmara, caso eleito. “Não estamos preocupados com partido, estamos preocupados em manter a nossa representação. Representamos o feirante, comércio ambulante. Nossa decisão e nossa atuação não tem nada a ver com a disputa entre Francischini e Greca”, disse.

O candidato afirmou, ainda, que caso reeleito, Greca não estaria ganhando um oposicionista se Rodrigo suceder sua mãe na Câmara. “Não necessariamente, vai depender de como for o tratamento em relação à base que representamos. A Julieta nunca decidiu nada sozinha, foi sempre consultando sua base. Vamos decidir de acordo com a vontade deles. Mesmo que houver orientação partidária, vamos discutir”, concluiu.

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